Degustando um pãozinho de queijo saboroso e qentinho, olhava distraidamente para os inconsistentes arabescos que a fumaça da xícara de café quentinho desenhava no ar.
Pensava na vida atribulada dos últimos meses, nas coisas erradas que, numa sucessão dramática haviam trazido tanta dor e tanto sofrimento.
Parou de pensar na vida um pouquinho para admirar, ainda uma vez, o gostoso pão de queijo mineiro e o café forte e bom que lhe haviam servido.
Os pensamentos retornavam de modo intermitente. Pensava em Deus, confiava cegamente nele, jamais podia de longe imaginar que os maus venceriam a porfia. A vitória é sempre dos bons, mesmo que no cenário momentàneo surja uma aparente vitória dos ruins.
Pensou na consequência de tudo: a sua vida mudara por inteiro, mas quem julgara que tudo estava perdido, que iria perder a saúde e o controle das emoções estava muito enganado: tirara proveitos da procela, aprendera a manter a calma e a acreditar, ainda mais, na infinita misericórdia divina.
São todas esssas verdade absolutas colhidas na degustação do pão de queijo.