O que vejo agora correndo pela praia, é um menino de dez anos, seus pés pisando na areia branca e fria, seus olhos firmes para o mar, ele está vendo um barco vindo em direção a terra. O menino vai em direção ao mar e ver o barco multicor pelos raios que incidem do sol sobre aquele objeto de madeira, seus olhos brilham ante aquele caleidoscópio de imagens, e desafiando as leis da natureza cada vez que o menino se aproxima do mar ele ver o barco diminuindo de tamanho, e quando já esta com água cobrindo seu tórax ele consegue pegar no barco que agora já não é tão grande, pois cabe na palma da mão do garoto e sua estrutura agora já não é mais madeira e sim papel colorido. O menino pega o barquinho em suas mãos, sai da água e cada passada que o menino dar em direção a terra ele cresce em tamanho e cresce e cresce que quando pisa na beira da praia seu corpo é de um homem. O homem pega o papel que já não é barco e nem colorido é um papel da cor da madeira e nele ver que está escrito uma história, é a história de um lenhador que derrubou muitas árvores, florestas inteiras para produzir o papel e no fim de sua jornada percebeu que não tinha feito nada de grande, pelo contrário quanto mais arvores derrubava mais percebia que precisava de mais, que a ganància era de mais, que a natureza era findável e que o desejo de ter do homem infindável, o lenhador triste, ficou chorando no meio da floresta devastada, até que suas lágrimas como segredo de água de chuva fez crescer todos os troncos e as arvores voltaram com toda intensidade o seu verde. O homem, ainda sentado na praia, deixou o papel ao seu lado e contemplou o por do sol e ao voltar o os olhos para o papel, percebeu que agora ele não tinha história nenhuma e que sua cor era branca como a areia, só uma folha branca na areia branca. O homem com uma barba espessa e um marejado nos olhos percebeu a vida de uma forma diferente e uma lágrima rolou de seus olhos como uma gota de cera de uma vela no fim. O sol se foi, é noite fria na praia.