Isto aqui não é crónica, nem artigo, nem ensaio. É apenas um registro. Um registro.
Estou com saudades do meu pai. Muitas saudades. Faz um ano e nove meses que ele faleceu. Não quero lembrar dele, as imagens me fazem sofrer. Mas lembro dele sempre. Hoje, especialmente, não sei a razão. Talvez porque o aniversário dele tenha sido ontem. Que passei lembrando das celebrações, sempre modestas, dentro de estilo muito carinhoso dele. Gostava de ganhar presentinhos. Nunca presentes caros. Só presentinhos . No seu sotaque a palavra soava um pouco como pressentinhos . Sempre dizia, com um sorriso tão bonito e tão sincero: Obrigado pelo presseentinho. - Gostava de usar loção pós-barba, talvez uma das poucas vaidades dele, talvez a única. Ah e também de um alfinete de gravata, com o símbolo da Maçonaria, Ã qual ele pertencia.
Ah pai que saudades que tenho do senhor. Que saudades.