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Cronicas-->O AMANTE DO DEMO -- 23/01/2004 - 17:49 (FAFÃO DE AZEVEDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cazuza era um casca grossa de primeira linha. Não sabia proferir uma frase de quatro palavras sem intercalar duas de baixo calão.

A começar pela reação ao seu apelido, do qual não gostava. Bastava ouvir um chamado que rebatia de pronto: "Cazuza é a puta que o pariu".

Além de tudo era fanho.

Agora imaginem essa resposta pronunciada pelo nariz. Pois era isso que se ouvia amiúde pelos caminhos que ele trilhava na extinta favela da Catacumba, nos idos da década de 60.

Assim me contava Hélio, meu concunhado - também morador daquelas plagas no mesmo período - entre um copo e outro de chope numa dessas esquinas cariocas.

Rememorando os velhos tempos, Hélio discorria sobre as armações do dito cujo: Aprontava com tudo e com todos. Já ninguém o aguentava mais. Evitado pelos companheiros e desprezado pelas mulheres, Cazuza estava se tornando um solitário. Até que um dia resolveu mudar de vida. O bispo de uma dessas igrejas evangélicas aproximou-se dele, foi levando na conversa e Cazuza se converteu.

Não podemos dizer que a mudança foi da água pro vinho, pois afinal de contas estilo é estilo, não é verdade? Mas andava impressionando tão bem a vizinhança que foi chamado para dar seu depoimento no culto dominical para a comunidade.

Após os prolegómenos iniciais da cerimónia, o bispo pediu especial atenção aos presentes e passou a palavra ao recém convertido.

Cazuza pegou o microfone e, meio encabulado mas muito convicto de sua nova crença, começou, com sua voz fanhosa habitual:

- Meus irmão... eu queria dizer uma coisa pra vocês... antigamente o diabo botava no meu cu, mas hoje, depois que entrei pra Igreja, eu é que vou botar no cu do diabo.

24/10/2002
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