Aí bateu aquela saudade, uma vontade enorme de reviver todas aquelas emoções: o noivado, o casamento, o nascimento do primeiro filho, depois, a vinda da filha e, é claro, o caçula.
E o novelo do tempo se desatando, a vida passando célere, os aniversários, o apagar das velinhas, o crescimento dos rebentos, a escola, o acompanhamento e, num relance, a casa ficou imensa para só nós dois.
Os "meninos" ganharam corpo e envergadura nas asas capaz de lhes permitir vóo próprio.. e é nesse momento que a saudade se instala no coração da gente, faz arder os olhos, dá nó na garganta, comprime o peito...então, a gente só tem o remédio de folhear albuns antigos, retirar dos baús do esquecimento objetos, brinquedos, roupas, fantasias, filminhos amadores registrando momentos inesquecíveis.
Os olhos da companheira estão também marejados, a voz embargada, a saudade presente em tudo, repintando com cores impressionantes o presente descolorido que estamos agora vivendo...
Mas, eles estão espalhados por aí e a qualquier momento, a porta se abrirá e os fantasmas de agora reganharão vida e nos convidarão para festejar os mágicos encantos da existência.