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Cronicas-->Nunca sei onde minha mulher guarda o sal -- 03/10/2000 - 12:32 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há três coisas na vida que me tiram do sério: receber o pagamento atrasado, ter que ouvir lamentações de amigos bêbados e não encontrar algo que preciso desesperadamente. Metade das brigas nesses quinze anos de casamento foi provocada por buscas alucinadas de carteiras, isqueiros e chinelos. E o curioso é que, na maioria das vezes, eu supunha ter deixado o objeto num lugar, acusava alguém de tê-lo tirado de lá e depois lembrava do esconderijo onde o havia socado. Dou a mão à palmatória, mas também fiz questão de um pedido formal de desculpas, depois do que passei ontem à noite.

Tenho problemas sérios para pilotar um fogão. Culpa da Dona Mercedes - minha querida mãe - que nunca deixou eu me aproximar de um deles. Não consigo acertar a dosagem, por mais que a receita seja clara e inteligível para os meus conhecimentos culinários. Confundo as colheres. Não sei qual é a de chá, a de sobremesa é uma incógnita, a de sopa e todas as suas variações parecem ser de outro planeta. As receitas deviam ser mais específicas. Colher de Danoninho, por exemplo. Ou então as fábricas de talheres passarem a cunhar o tipo no artefato. "Colher de sopa". Facilitaria a vida de muita gente. Minha outra debilidade na cozinha é a desorganização. Sou desorganizado mesmo. Então coloquei os ovos na frigideira antes de achar o sal e percebi que tinha algo de errado. Tinha certeza de ter visto o pote em cima do guarda-comida no domingo. Abri a geladeira. Não estava. Todas as portas do armário, o forno, o micro ondas. Nada. Passou-me uma idéia maluca pela cabeça: a lavanderia!. Improvável - concluí. E os ovos pipocando na frigideira, quase evaporando. A fumaceira começou a se espalhar pelo minúsculo apartamento e eu não sabia como ligar o maldito exaustor. Minha caçula quis ligar para os bombeiros ao ver meu desespero. Desfilei todo o meu repertório de palavrões. Fora os que inventei na hora. Quando a patroa chegou da igreja fui tirar satisfações.

- Onde você colocou a m... do pote de sal? - fui instigando.

- No lugar de sempre.

- Tá querendo me fazer de idiota? Procurei lá umas duzentas vezes!

Xingamentos mútuos depois, Alda revelou que comprara um novo conjunto de potes, marrom. Primeiro pensei em pór o rabo entre as pernas e me calar. Afinal, se muda a cor do gramado, burro morre de fome. Mas não podia deixar barato:

- Não tinha uma corzinha mais bonita?...

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