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Cronicas-->O pássaro cego -- 21/05/2004 - 17:00 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Havia um pássaro cego de um olho na gaiola do quintal do vizinho. Na antemanhã, todos os dias, ele cantava tristonho as dores do cativeiro. E eu escutava aquela trinado estranho e dolente, imaginando como a avezinha perdera o olho e fora aprisionada, sem que os fiscais do IBAMA se apercebessem.
Como o pensamento fértil cria situações, pude desenhar na mente a aventura daquele pássaro: nascera perto de Belém, numa mata cerrada.Fora alimentado com carinho por mamãe e papai passarinhos. Mas, um belo dia, quando ainda estava completando a primeira plumagem, o espírito de aventura fez com que ele procurasse voar. Caiu desastradamente e teve o olho atingido por um galho da árvora onde fora feito o ninho.
Cegou daquele olho. Mas, compensando a falta do olho, aprendeu a cantar daquele modo triste que ouço diariamente da minha janela.
Certo dia, caiu num alçapão armado por um passarinheiro. Veio de ónibus até o Ceará, para a feira dos pássaros e foi vendido para o meu vizinho.
A sorte não é igual para as criaturas esvoaçantes. Umas vivem soltas em bandos, fazendo ninhos na floresta ou até mesmo nas árvores do meio urbano. Outras, sem que tenham cometido crime algum, vivem no cativeiro, no ambiente pequeno e estrito das gaiolas, cantando as suas dores para o mundo indiferente.
Com as pessoas, de certo modo, as sinas se repetem: umas vivem fagueiras, cantando a liberdade e a vida alegre de quem tem poucas responsabilidades; outras, imitando os pássaros do cativeiro, vivem aprisionadas às turbulências das emoções desencontradas, cantando as suas mágoas e as suas tristezas para ouvintes desinteressados.
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