Ficou ali longamente no trapiche, olhando o quebrar das ondas nas pilastras do atracadouro, as aves marinhas procurando alimento e mergulhando nas águas inquietas, os botos brincalhões saltando sobre as águas, os barcos pesqueiros sumindo na linha do horizonte, a faixa banca da orla e o coqueiral farfalhante na doce viração.
Os pensamentos se entrechocavam, as mágoas iam e vinham, a vida parecia um nunca acabar de flahs backs cinematográficos.
Quem seria aquele vulto que perpassara diante dos seus olhos, envolto na bruma crepuscular?
Por qual razão a vida que sonhara perdera-se nos descaminhos e nos labirintos de tantos desentendimentos?
As pessoas, muitas vezes, não têm cabeça, perdem-se nos turvelinhos da teimosia e da incompreensão.
Era tão belo o mundo que construiram, havia tanto sentimento bom represado, tanta coisa a ser construída e, no final, sem que ninguém quisesse assumir a culpa,aqueles escombros, aquele campo de batalha depois do conflito, refletindo a destruição e o desperdício.