Queria fugir da rotina, quebrar os grilhões da mesmice, percorrer caminhos desconhecidos, veredas tortuosas, roteiros misteriosos e de raro percorrer.
Estava tonta de paixão, tomada por tremores inexplicáveis, frios e calores inopinados, visões sodómicas, abraços e conluios, frêmitos, desejos eróticos, abrasamentos, insónias, anelos insaciáveis.
Pedia, como na música, que ele fizesse uma loucura por ela(faz uma loucura por mim...)
Ele, sistemático, organizado, metódico, esquemático, planejado, não sabia caminhar na insegurança, não ousava saltar no desconhecido. Conservava os olhos atentos à linha do horizonte, sempre em posição elevada para poder enxergar além dos entrelaçados, adiante dos fulcros da intempérie.
E ficou aquela distància medonha entre eles. Um mar de diferenças, um rio caudaloso de avessos, sem uma única ponte para ligar as duas extremidades.
Aí, acabou. Abruptamente,tal e qual tivera início, ele e ela pensando que daria certo por serem tão diferentes!