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Cronicas-->RESSACA SE MATA COM CONHAQUE -- 24/08/2004 - 17:29 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quando acordei parecia que ia ser um daqueles domingos monótonos fugindo de canais de TV que potencializam ainda mais a monotonice dominical constante. Tinha uma ressaca leve, 2 litros de água gelada virada do gargalo da jarra da geladeira bastavam para reanimar alguns órgãos de meu corpo; este ainda amassado pela cama e edredom e olhos ainda cegos pela escuridão da noite espessa.
Dei aquela olhada de relance na sala imunda. Garrafas vazias, algumas quebradas, bitucas de cigarro, copos colados na mesa, papel de seda cortado, algumas sementes, um pé de meia na cadeira, alguns livros de poesia abertos, copos pela metade, bagaço de limão - caipirinha!? Quem fez caipirinha ontem???
Nem me animei de começar a limpar a história toda de ontem, deixei assim, rindo porque parecia que eu protegia uma cena de crime onde nada pudesse ser mudado de lugar para a perícia examinar o local e encontrar indícios de algum crime ou algo parecido.
_É normal ficar criativo essas horas? - perguntei a mim mesmo depois de montar toda essa história de crime e tal em minha cabeça.
Preferi descer para o bar tomar uma e dar fim de uma vez por todas a essa pequena ressaca chata que começava a me azucrinar. Chegando lá já pedi uma gelada de cara e um conhaque, também um cigarro para descontrair. Percebi que tinha esquecido o papel e a caneta como sempre e pedi o kit completo ao garçom, e ele deu. Escrevi alguma coisa sem graça e logo parei com isso - deixa pra lá.
Pra variar também esqueci o celular - deixa pra lá também.
Fiquei ali tomando as minhas já potencializadas pelas dezenas tomadas no dia anterior, fumando um cigarrinho sem graça e rindo às vezes do nada - é melhor que papos cabeças chatos e inteligentes.
A solidão às vezes é boa e faz bem, mesmo porque se estivesse mais alguém ali beberia muito mais rápido e em quantidades, na maioria das vezes, absurdas, regados a conversas inflamadas sobre arquitetura, futebol, mulher ou teorizando infantilmente como o álcool faz bem para nós artistas, sossegando assim a consciência do peso do excesso, dando exemplos de quantos artistas considerados cometiam o mesmo exagero e morreram deixando algo vivo por aqui, para loucos como nós usarem como exemplos de aceitação aos nosso próprio descontrole.
Ah - pensei - mas nada mal seria uma presença inflamada dessas agora - e já mudei de idéia de novo.

T.S.H.





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