Acabamos de chegar de Pedras de Maria da Cruz: Artênio, Professor Wanderley e eu.
Naquela cidade estivemos descansando por quase uma semana, logo após as eleições municipais.
Foram dias maravilhosos naquela nova, pequena , mas encantadora cidade do norte de Minas, eis que foi emancipada recentemente e viveu no dia três de outubro último sua primeira eleição para escolha do prefeito, vice e vereadores.
Ficamos, os três, hospedados no rancho dos familiares do nobre professor, situado na margem esquerda do Rio São Francisco.
Pescamos, conversamos com a gente boa da terra. Tomamos da boa pinga da terra, bebemos licor de pequi e matamos a sede com muita cerveja nos bares do Bino e do outro companheiro, bem ao lado da casa.
Tudo nos lembrava o acolhedor distrito de Ubarí, de Ubá, só que com muito calor, com muito sol, com muita água, mas ruim de peixe à época.
Chupamos manga japão do pé situado no quintal do rancho, plantado que foi pelo chefe do clã dos Pimenta, o formidável senhor Oswaldo - mas conhecido em toda a redondeza por Mozart, - que ali compareceu para alegrar aida mais o ambiente, acompanhado do filho, advogado e comerciante, Pedro Queirós, da Professora Vera, sua esposa e diretora da EE Polivalente de Corinto e de suas adoráveis e encantadoras filhas, além de uma irmã de Fátima que reside em Ubá, com Vandeco e Ana Magda.
Em Januária, após a travessia de balsa, visitamos o Mercado e tomamos umas cervejas geladas acompanhadas do delicioso peixe no espeto, no Girassol.
Fiquei ainda, mais encantado com a grande cidade que é a Princesa do Norte, que conheci em 1981, hoje com quase noventa mil habitantes.
Por toda a região, agora já é tudo asfaltado, telefone e energia elétrica se multiplicam pelos lugares e pelas casas. A ponte que ligará Pedras de Maria da Cruz a Januária, deverá estar pronta no próximo ano e prevê-se para aquela região um surto de desenvolvimento muito grande.
No sábado, almoçamos com vovó Nenén, 93 anos,de idade, em total lucidez, matriarca da família em Maria da Cruz.
Jogamos buraco e fizemos churrascadas incluindo-se aí o peixe e a carne de sol. Ficamos um bom tempo por conta da preguiça, por conta do ócio.
Mas, a hora era de voltar e deixam-me os companheiros na encantadora capital de Minas para que eu pudesse aproveitar um pouco mais as minhas férias regulamentares. Seguem para Ubá. Eu fico.
Os sobrinhos Luizinho, Virginie e Camila, não estão. Faço telefonemas. Não acho ninguém em casa.Só me atendem, secretárias eletrónicas.
Vou para o meu hotel de longo tempo. De lá, já instalado em meu apartamento continuo ligando para amigos. Continuo não encontrando ninguém.
É provável que estejam viajando, como eu, aproveitando o feriadão do dia de nossa padroeira
Aparecida.
Tomo um bom banho. Vou até o banco 24 horas da Praça Sete. Compro jornais de Minas. Volto ao hotel.
O telefone toca. Que bom! É Ana Lúcia, psicóloga, professora, amiga de longa data que acaba de chegar de Sete Lagoas.
Mesmo cansada, se dispõe a atender o velho amigo e após levar o filho até a casa de sua mãe, passa no hotel para saírmos, colocar a conversa em dia,para jantar, para ver um filme.
Resolvemos fazer `a pé o trajeto para o restaurante, para um chope e uma comidinha árabe que ela também aprecia, no Kibe Lanches da Caetés.
Daquela rua, ao atravessarmos a avenida Afonso Pena, vimos o quarto que dividi com o amigo Duílio, em 1977, quando percorremos Belo Horizonte em busca de emprego.
Ele ficou por lá uns seis meses, retornando à Ubá.Eu fiquei, naquele quarto da pensão da Dona Elvira.
Ali, tive o prazer de conhecer a amiga que agora me acompanha, porque à s vezes, fazia, naquela casa,refeições conosco.
(continua )
(Publicado no jornal Cidade de Ubá,de 20.06.1993)