Nas mãos iluminadas pela clara luz da manhã ela empunhava o terço e rezava fervorosamente, os joelhos doídos pela longa permanência no genuflexório.
Os olhos, aqueles olhos pretos e oblíquos, mas sem qualquer dissimulação, fitavam o altar de São José Operário e pareciam mergulhar num êxtase profundo.
Empunhava uma vela enorme, maior que a sua própria estatura...e rezava num sussurro que ninguém conseguia decifrar.
E eu olhava demoradamente para aquele fervor, invejando sadiamente a força daquela fé, que conseguia remover obstáculos aprentemente intransponíveis, ensinando que quando se pede com convicção não existe barricadas nem muralhas que consigam impedir o êxito das nossas pretensões.