Estava tão bom ficar ali no bar, tomando minhas geladas e falando com uma morena sobre nada demais, só de vez em quando eu elogiava seu decote, mas não passava disso, somente coisinhas banais. Um sol de rachar o crànio, perfeito para seguir com as geladas e talvez algo mais forte, bom, talvez mesmo. Aí alguém proclama: _Vamos fumar uma maconha? 70 % da galera aceita a proposta de ir à casa de um deles fazer um rango e fumar um de boa, na paz, relax, sacou?
Fui junto para não perder a onda, não fumo, mas seguiria bebendo - pensei. E foi o que aconteceu, passamos num bar, fechamos uma caixa de gelada e partimos para a maconha, pinga e galinhada. Já de cara rock n´roll, falação, e fumaça para todo lado, e enquanto fumavam eu ficava ali, vacilando, indo da cozinha a sala sempre de canto, tomando já no gargalo e conversando com pessoas que eu nunca tinha visto, para passar o tempo.
Na sala quase não se via o outro lado pela fumaça, e eu bêbado, e eles me criticando porque eu não fumava porque pensavam que eu cheirava: _Porra, foi mal, é que você tem cara! Fui vomitar.
Já no caminho derrubei cerveja no chão, limpei displicentemente, fui meio trópego, meio sem direção procurando o banheiro: _É ali na frente! Depois de vomitar, voltei pra sala e seguiam fumando maconha sem parar, e eu bebia também no mesmo ritmo, os olhos já brilhavam o cintilar de embriaguez, no gargalo seguia, e eles criticando porque eu só bebia, não falava, não dançava e não comia.
_Me deixe em paz porra! No som agora Elis Regina, e galinhada com quiabo, toda hora eu escutava meu nome: _Ó Thiago! E eu ia e dizia: _Não me enche o raio do saco! E eles obedeciam, não por muito tempo, logo vinham me perguntar sobre o tempo, e eu respondia: _Nem imagino! E caminhava sem destino, no meio da fumaça, tentava falar, mas minha voz calava, tentava dançar, mas minhas pernas travavam, tentava comer, mas minha boca fechava, tentava beber e por incrível que parece tudo em mim aceitava, sempre bebendo no gargalo, com banca de mal, já estava de álcool até o talo, e todos diziam: _Não se preocupe, isso é normal!
E eu me preocupava? Nem um pouco, fui pro banheiro e vomitei de novo, de lá pra cozinha abrir mais uma, e uma dosa de vodka, de lá direto pra porta ir embora pra casa, bêbado na rua cantava músicas idiotas, e tentava assoviar, pensei - faltou a Marina para me escutar - e dei 17 gargalhadas sem parar, cheguei em casa de madrugada, deitei na cama com som alto, em 27 segundos estava dormindo, e o vizinho reclamou a madrugada inteira pelo som no ultimo volume, enquanto eu sonhava com a Juliana Paes com uma bunda brilhante de vaga-lume.