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Cronicas-->O mendigo e o samaritano -- 19/11/2004 - 14:58 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meio dia, sol dardejante, calor intenso. Num cruzamento de grande movimento da cidade grande e indiferente, um homem pálido, esquelético, olhos fundos, passos tardos, estende a mão para os carros que param no semáforo, aguardando impacientes que o vermelho seja trocado p[elo verde imediatamente.
Por trás dos vidros escuros, que não permitem quem vai no interior dos veículos, nenhuma mão caridosa oferece uma mísera moeda.
O homem sente o desconforto da fome, a dor dos pés inchados pelas longas horas que passou ali, mendigando.
Os olhos irritados pela fumaça e pelo gás carbónico, destilam parcas lágrimas. Na sua mente, os pensamentos torturantes dos filhos e da mulher doente que ficaram no casebre da periferia distante. A fome se instalara ali há meses, desde que adoecera e não conseguira mais nenhum trabalho.
As roupas andrajosas e sujas davam um aspecto ainda mais deprimente à sua aparência.
Abre o sinal. Os carros disparam. Ninguém se condói daquele filho de Deus desgarrado.
O calor perturba a sua mente mais ainda, a fome corroi o estómago, a fraqueza toma conta do seu ser, o desànimo impera em seu íntimo.
De repente, os olhos escurecem, os pés formigam, um suor gelado percorre a sua epiderme...e o homem cai ali mesmo, quase sendo atropelado por um dos veículos.
E o corpo inerte fica ali estendido, sem assistência alguma, atrapalhando o fluir do tráfego.
Após alguns minutos, um transeunte pára e busca socorrer o andrajoso pedinte. Ajuda-o a se erguer, leva-o ao salva-vidas, oferece-lhe algumas moedas, pergunta-lhe se precisa de mais alguma coisa. É o bom samaritano, sem dúvida, que sai das páginas da Bíblia e vem para a nossa crua realidade cotidiana.
A cena descrita nos induz a refletir sobre o indiferentismo reinante na cidade desumana pelo gigantismo, pela pressa, pela violência que torna as pessoas temerosas e inseguras.
É uma cena real, aparentemente trágica, contudentemente verdadeira, retratando a sociedade egoista e nervosa deste início de milênio. Quando será, sem utopias, que teremos uma sociedade mais fraterna e mais justa?
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