Nunca vi, na minha vida de magistério internacional, algo mais ridículo e infeliz do que o vestibular brasileiro. Para emitir essa afirmação, baseio-me em duas razões - o número imenso de pessoas que se candidatam a um número minúsculo de vagas nas universidades estaduais e federais; a inviabilidade das perguntas, que mais parecem "pegadinhas" para incautos do que questões para avaliar conhecimento.
Que país é este, que impede que sua juventude atinja níveis de cultura superior (ou o que assim se assemelhe) através de um vestibular brutal, escamoteador, fantasiado de exame de admissão a cursos superiores? - Que país é este, que se faz omisso nos níveis elementar e secundário, para estrangular a juventude na entrada do nível superior? Que país é este, que não se preocupa com o futuro, que não cria empregos, que infelicita jovens idealistas, impedindo-os de atingir outros patamares na sua vida estudantil?
Que país é este, que dificulta tudo na vida dos seus cidadãos?
Tudo se faz com enorme sacrifício (estudantes e famílias), quando em outros países, mais alertas a seus potenciais, muito pelo contrário, facilitam o desabrochar, o florescer da sua juventude. Caem, no processo, os que não aguentam a jornada, mas não são impedidos de experimentar, de testar, de tentar.
Que país é este que impede tudo? Mas finge que não? que segue as diretrizes do patronato educacional? que inventa exames de vestibular que mais se parecem a estes esportes alternativos, cheios de laços, espaços vazios, cordas bambas, trapézios tipo puxa-puxa... sem rede de apoio...
Este país que cria armadilhas para sua própria juventude é o Brasil.
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E.E.