Pobre em idéias, em imaginação, em inteligência e em sensibilidade - o príncipe inglês, Harry, o caçula da Diana (que não o viu crescer) e do Charles.
Pois o pobre do príncipe foi a uma festa fantasiado de oficial nazista - uma braçadeira de dez centímetros de altura pregada na manga do seu braço esquerdo. Exatamente como manda o figurino nazista, nem um centímetro pra baixo e nem outro pra cima.
E com esta braçadeira de trágica memória, o boboca apareceu na festinha. Faces vermelhas de cerveja, cara vazia de qualquer coisa, boca aberta de espanto ou de riso, ou de bobeira - lá está o príncipe todo encarapitado em si mesmo, exibindo a braçadeira maldita.
O que é esta família na Inglaterra, além de servir de motivo pra selos, emprestar a cara pra souvenir em fundos de prato e apostar em cavalos árabes? O que é esta vitrine de santos de pau oco, pavões de pés de barro, gansos encardidos cobertos de lantejoulas? O que é este grupo de ricaços, herdeiros de séculos de opressão, bêbados e arruaceiros, fornicadores e drogados, que se ostentam como "nobres"? Por que ainda estão lá sentados nos seus tronos luzidios, achando-se gloriosamente acima da plebe humana - todos nós?
Príncipe Harry é o tipo do garoto que a gente olha e diz - esse cara vai dar trabalho. - E já começou. E já tem quem venha com a onda de tadinho, perdeu a mãe de repente, ficou desequilibrado pra sempre - está certo, o garoto sofreu um trauma. É até possível que seu comportamento seja resultante deste trauma, mais ainda agora que, já crescido (cronologicamente) passe a perceber que sua mãe foi ultrajada (termos que se casa bem com os britànicos) e que seu pai é bem expansivo em atividades menos nobres à sua digna ocupação de Bobo da Corte.
Mas o trauma e suas consequências não justificam a burrice de se emporcalhar com a braçadeira nazista e, assim, insultar a humanidade que ainda sofre as consequências daquele terror. Falta de gosto? Acho que é mais falta de pudor. Daquele pudor antigo, estimado, inexistente entre os brits, que vivem num buraco dourado, de ouro transpassado, falto de sentimento, e todo embolorado. Quando não embotado.
---
E.E.