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Cronicas-->Arsênico - estão servidos? -- 09/02/2005 - 23:06 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Duas notícias sobre envenenamento - uma delas conta que três pessoas de uma família foram mortas depois de ingerirem uma torta ou mousse de chocolate (Campinas, estados de S.Paulo); a outra relata que o atual presidente da Ucrània também foi envenenado (havia suspeita, mas só agora confirmada por vários testes). Da família de Campinas, apenas a filha menor escapou com vida - mas ela estará marcada para sempre, pois uma vez que arsênico entra pelo corpo humano, pelo resto da vida terá efeito (assim nos disse meu professor de química, o que nunca foi desmentido em leituras posteriores).

O que leva alguém querer matar a outro (outros) sem deixar vestígios? Embora possa parecer uma pergunta retórica, porque cada um de nós terá uma resposta - tenho de conjecturar isto por algum tempo.

No caso do político ucraniano, está mais ou menos claro que o envenenamento foi motivado por inveja, ou pela frustração, ou impossiblidade de vencer o competidor nas eleições. O homem não morreu (por pouco), mas ficou com a cara mudada pra sempre, de garotão bonito que era para um velho com o rosto todo esgarçado, onde mal se vislumbra a beleza que ele um dia teve. Esteve em Israel para se desintoxicar, chegou a fazer uma plástica - e vai voltar pra mais tratamento. Veneno não vai saindo assim sem deixar profundas e quase invencíveis unhadas.

E, na história da infeliz família do médico homeopata em Campinas? O que retirar daí - que motivo teria o homem, o pai de família, agora sob suspeita de ter sido o causador das mortes (incluindo-se a dele)? O que o levou a este ato final, na peça doméstica teatral? Agora vem vindo à tona, pela filha caçula, que sobreviveu, o quanto de déspota tinha o homem, com proibições inadequadas à vida moderna, à idade e à condição social das filhas, como interditar o uso da internet e de telefone celular.

Que ele não se interessasse por isto, pela evolução na comunicação, pela modernidade - compreende-se, cada um com sua coisa. Quer se matar pelo desgosto que a vida lhe causa? Se não há outro jeito, bon voyage! - Mas matar a mulher e as filhas... é preciso ser mais do que egoísta, egocêntrico, egomaníaco. É preciso ser um homem que terá perdido o coração há muito e muito tempo - se sua mulher e as filhas o perceberam, em nome da harmonia doméstica (cenário teatral), ninguém terá sabido.

O final da tragédia é este -policiais, detetives, um mundo de papelada, de conjecturas, de tristeza, de pànico, de horror - final que um homem impós à família que ele próprio gerou.

A menina menor escapou - da "morte morrida", sim. Mas da morte em vida, não vejo que escapará.
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E.E.
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