Usina de Letras
Usina de Letras
36 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63159 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51646)
Humor (20171)
Infantil (5588)
Infanto Juvenil (4932)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6349)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O PAPEL DO ESCRITOR -- 03/11/2000 - 09:50 (Gabriel Perissé) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PAPEL DO ESCRITOR


Há escritores para todos os papéis e papéis para todos os escritores.

Há escritores que interpretam um papel e, por outro lado, papéis em branco, sem escritores.

Há o papel carbono, que é o papel do escritor que se repete a vida inteira.

O papel moeda, que é o papel do escritor que só escreve por dinheiro.

O papel reciclado, que é o papel do escritor politicamente correto.

O papel bíblia, que é o papel do escritor cheio de boas intenções.

O papel de embrulho, que é o papel do escritor que só serve para enrolar.

O papel jornal, que é o papel do escritor voltado para o cotidiano.

O papel manteiga, que é o papel do escritor impermeável.

O papel rascunho, que é o papel do escritor inseguro.

O papel pergaminho, que é o papel do escritor erudito.

O papel de parede, que é o papel do escritor que só serve para decoração.

O papel higiênico, que é o papel do escritor que só escreve porcaria.

O papel vegetal, que é o papel do escritor plagiador.

O papel vergê, que é o papel do escritor que só escreve para uma elite.

O papel madeira, que é o papel do escritor que constrói o seu texto.

O papel usado, que é o papel do escritor pobre.

O papel telado, que é o papel do escritor censurado.

O papel de palhaço... que dispensa explicações.

O papel de palha, que é o papel do escritor que desiste logo.

O papel papelote, que é o papel do escritor que precisa se drogar para produzir.

O papel almaço, que é o papel do escritor burocrático.

O papel crepom, que é o papel do escritor que vive num mar de rosas.

O papelão, que é o papel do escritor que enfia os pés pelas mãos.

Como podemos ver, nessa papelaria, cada escritor compra e vive um papel.

O papel anda caro, e o escritor anda em busca de um novo papel.

O escritor guarda muitos dos seus papéis na gaveta, à espera de um papel chamado contrato com o editor.

O escritor usa lenço de papel para chorar seus textos.

O escritor e seu papel (deserto, horizonte e espelho) se olham, com carinho, ódio e esperança.

O papel da impressora acabou.

É preciso encontrar mais papel.

O escritor, catador de um papel.

O seu verdadeiro papel neste mundo.




Gabriel Perissé
perisse@uol.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui