Abrão, quando Deus com ele fez a aliança eterna, foi rebatizado com o nome de Abraão, para simbolizar a sua futura e numerosa descendência, uma multidão de povos, que deveria levá-lo à posteridade e a ganhar todas as terras em que seus seguidores viviam como peregrinos, em possessão perpétua.
Guardadas as devidas proporções, Lula deveria pleitear a Deus uma nova aliança, para ser chamado de Lullalá, a fim de gerar novos líderes para o PT, sob a mesma condição imposta a Abraão, qual seja a de circuncidar todos os já pertencentes ao partido, inclusive ele, e todos os que ele vier a comprar com dinheiro estrangeiro. Para garantir sua posteridade nas gerações futuras, deveria pleitear a Alá, também, todas as terras para o MST. Se Virgílio vier a se rebelar, como todo varão incircunciso, deverá ser expulso do seu povo.
A Nação, por outro lado, clama pelo corte dos prepúcios de todos os membros dos demais partidos políticos, a fim de que gerem uma nova e numerosa casta de eleitores capazes de garantir uma eterna aliança com Deus, a Eterna Realeza, desejosos de se aproximarem da Realidade.
Porém, definidos os sujeitos a circuncidar, e quantos, é preciso saber como fazer isso em tanta gente com a devida precisão, sem que haja uma devastadora infecção hospitalar. Com o avanço da tecnologia cirúrgica, qualquer leigo sabe que existem o tesourão, o laser, o bisturi elétrico, o bisturi eletrónico, o bisturi a gás de cozinha, o elástico e outras técnicas conservadoras, sendo a mais moderna o PPH, pelo que leio de um folheto sobre doenças hemorroidárias, das quais todo o Brasil sofre. É sabido, também, que o álcool, a pimenta, e outros condimentos não são a causa dessas doenças, mas que as agravam, agravam.
Para o País, que sofre de males intestinais, nada estomacais - como quer o Presidente Lula - e que precisa de ser circuncidado, a fim de selar sua aliança eterna e alcançar a posteridade, o Tim recomenda o uso de todas as técnicas, de cabo a rabo. Deve-se tratar cada doente de per si, conforme cada caso. Genoíno, por exemplo, deveria levar uma tesourada. Para Severino, e todo o baixo clero, o bisturi a gás. Luiz Eduardo Greenhalgh deveria ser elasticado.
Se a moda é não mandar quem está por cima, cabe ao eleitor não esperar que lhe mandem obedecer e ser circuncidado, mas circuncidar a si mesmo, com a técnica que lhe estiver mais à mão, aliando-se ao partido que melhor representar o seu voto, aliando-se a grupos que vão para as ruas e querem a reforma política mínima, porém, eficaz. Por exemplo: proibir que o político mude de partido na mesma legislatura, sob pena de perda do mandato; proibir o voto secreto em sessões plenárias; proibir que faça parte da plataforma do candidato à Presidência da Càmara qualquer alusão aos salários dos deputados, sob pena de anulação da candidatura.
É o que rumina o Tim, hoje, pouco calculista, mas crente em fimícolas, servo da fimose genérica, ou capistração política, e filho de tsunami na terra de Garotinho.