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Cronicas-->Sobre Arquitetura -- 19/03/2005 - 12:56 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Arquitetura pra mim é maior forma de expansão e prolongamento e base e moldura e soltura de todos pontos de intelecto que se agrupa em minha mente. Além de ser ferro, é ar. Além de ser intelecto, é bar. Além de ter cálculo, é jogging sábado à tarde na praça movimentada. Além de ser concreto, é o beijo apaixonado na namorada que te diz mais verdades que mentiras. Além de ser preciso, é também um liquidificador de possibilidades, um misturador de sonhos, um agregador sem preconceito, a arte da arte da arte da arte. A arte do homem para ele mesmo. Em movimento em sua essência, estática na sua finalidade.
Não, Arquitetura não é arte. Arquitetura é somente a arte de se habitar espaços criados, não arte como representação artística somente. Arquitetura não termina com o fim da obra. Sem um habitante a Arquitetura se afoga em si mesma, se tornando em sua totalidade uma escultura gigante. Arquitetura tão pouco é brincadeira de planta, fachada e cores. É muito mais social do que andam fazendo. É muito mais intrusa do que andam pensando. É muito mais necessária não do ponto de vista do seu déficit, e sim do ponto de vista da essência para que existe.
Temos que viver com a Arquitetura. Somos obrigados a conviver com ela. Se você se importa com ela a coisa facilita. Mas se não; é o mesmo que conviver com um cónjuge que não se ama mais e te irrita até o jeito em que arrasta o chinelo ao andar. Ela está em todo lugar, em todos os lados, em quase todos os horizontes. Nos oprimindo, nos extasiando, nos fascinando, nos irritando a maioria das vezes.
Hoje a Arquitetura que se faz é egoísta e medíocre no ponto de vista do número de construções ao número de boas edificações. Fazer o que? Como já disse, somos obrigados a conviver com esse mal e esse bem. Por exemplo, se um cineasta faz um filme de quinta categoria, roteiro pífio, atores exagerados e clichês, figurino tosco, efeitos especiais dignos de gargalhadas, diálogos patéticos e óbvios, etc...e você entrar no cinema para vê-lo, nada mais é que fazer a própria vontade, provar ainda mais que esse país é livre de se ir e vir e que você tem plenos direitos de exercer sua escolha. Bom, nesse caso, porque com a Arquitetura é diferente. Se um Arquiteto faz um prédio sem funcionalidade, sem respeitar a direção solar e dos ventos, óbvio em suas resoluções, medíocre em transcendência, circulação difícil e sem sentido, espaços mal dimensionados, técnicas desapropriadas, falta de conceituação e embasamento você terá que conviver com aquilo por muitos e muitos anos. O ruim de tudo é que não é só um, dois ou cem edificações assim, é realmente a maioria. E o que nos resta? Fechar os olhos? Fazer o caminho mais longo pra casa pra não ter que passar na frente daquilo na rua tal e número tal perto de casa?
Convivemos com centenas de edificações todos os dias, mas somente habitamos umas poucas como, por exemplo, o edifício do trabalho, o do restaurante, o da faculdade e seu próprio. O resto, assistimos sua mediocridade de longe, á distància. E somos frios e secos nesses momentos, classificando-os de isso e aquilo inapelavelmente, mesmo que talvez, internamente tenha soluções interessantes. Mas não ache que você está errado em fazê-lo. A cidade está horrível e adquirimos e direito de tratá-la assim.
Falando nisso, não adianta ficar teorizando sobre a cidade contemporànea. Ela está viva e perdeu-se a rédea há muito tempo. O maior desafio do Arquiteto é de fazer Arquitetura no meio dos especuladores imobiliários, do desinteresse do povo, da falta de dinheiro e apoio, da imagem impressa na mente dos ignorantes de que Arquitetura é coisa de rico, de desvincular a imagem da Arquitetura escultórica de Niemeyer de boa Arquitetura e representante nacional, lutar sempre no meio de uma sociedade que paga projetos arquitetónicos para Engenheiros e Mestres de Obra fazer porque é mais barato, mas, porque será que é mesmo mais barato? É o mesmo que pedir para um Pneumologista fazer uma cirurgia cerebral. Medicina está tudo interligada entre si, mas como dizia o filósofo - uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O fato de Arquiteto trabalhar com Engenheiro e Mestres de Obra não quer dizer que todos estão aptos a fazer tudo. Longe disso.
Mas lutarei até o fim pra mudar alguma coisa. Se no final eu mudar minha cama de posição, a planta da sala e/ou a antena da TV que não pega direito pra mais perto da janela estarei feliz por ter feito demais num país em que nada se faz.

T.S.H.





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