Na singeleza das flores silvestres, há um recado tão simples como o da gota de orvalho que mareja a relva ao amanhecer.
Assim como num gatinho filhote com aquela carinha desamparada num miado débil de dilacerar o coração do mais frívolo ser...
Sim...
As coisas simples e pequeninas sempre me envolveram o espírito. Creio que já nasci com o dom para observá-las. E dá uma vontade incontrolável de chorar diante desses quadros maravilhosos que a natureza nos oferece,
todos os dias, a qualquer hora, sem cobrança de ingresso.
Não quero dizer que uma bela e bem montada exposição de orquídeas raras, e muito caras, não me deixe, também, extasiada. Deixa sim! Mas fico a observá-las, sem ter a coragem de pagar por aquela beleza tão detalhadamente cultivada.
Prefiro as flores de fácil cultivo que posso ter em casa, a qualquer hora, e acariciá-las, conversar com elas, nos momentos de tristeza, ou de muita alegria. Estão sempre ali, gratuitamente, ao meu alcance envolvendo-me no seu perfume e beleza tão delicados...
Minha avó materna, Mariana, costumava comparar as florinhas com estrelas, sendo que estas têm brilho para iluminar o caminho da vida, ao passo que aquelas amenizam nossos momentos tristes com seu perfume suave e enfeitam nosso lar, dando-lhe a feição de um pequenino bosque.
Que saudades de minha avozinha querida!