Certo dia, uma belíssima jovem caminhava por uma estrada que ladeava uma floresta.
Suas vestes eram imaculadamente brancas, e ela seguia em direção a uma Vila.
Seu nome era Verdade!
Pela mesma estrada, porém mais atrás, também caminhava outra jovem de beleza exótica, que se dirigia à mesma Vila.
Suas vestes eram de um vermelho intenso, e seu nome era Mentira.
O dia estava ensolarado, e ao avistar um riacho com águas refrescantes, que corria ao lado da estrada, a Verdade tirou suas roupas, e as deixou sobre uma pedra, entrando nas águas cristalinas, para banhar-se.
Chegando nesse ponto do caminho, e vendo as roupas brancas estendidas, Mentira tirou seu vestido vermelho, e vestiu-se com as roupas da Verdade, deixando as suas vestes no lugar.
E assim, dirigiu-se à Vila. Assim que adentrou-a, todos se encantaram com sua beleza, e a acolheram com carinho.
Enquanto isso, a Verdade sai do rio, e ao ver as roupas vermelhas, recusa-se a vestir-se de Mentira, e continua sua jornada totalmente nua.
Chegando enfim à Vila, é imediatamente vista e repudiada. Revoltados, seus habitantes a expulsam raivosamente.
Sem ver outra alternativa, a Verdade volta até a pedra, e veste-se com as roupas vermelhas da Mentira, e assim retorna ao povoado.
Percorrendo com receio as pequenas ruas, vê-se, desta feita, acolhida de braços abertos por todos que a encontravam!
E é por isso que evidenciou-se que:
...a Mentira vestida de Verdade é bem recebida.
...a Verdade vestida de Mentira, é sempre bem recebida também.
...porém, a Verdade nua é repudiada por todos!
