Bem perto da gente, vivem pessoas que podiam ter conhecido todas as fases
que já atravessamos: dos bancos escolares, as diversões da juventude,
os passeios pelos pontos turísticos mais concorridos,
as mutações constantes da moda,
a dependência cada vez maior dos carros para nos transportar para todos os lugares.
E vivendo tão perto de nós, poderiam usufruir de todo conforto
da vida moderna,
discutir os problemas variados que nos afligem,
da política monetária aos grandes temas universais.
E podiam exigir tudo que vivemos exigindo,
alicerçados em tantos direitos, em tantas conquistas.
No entanto, essas pessoas que vivem tão perto de nós,
enfrentam o dia-a-dia sempre com muita esperança,
pedindo apenas que o sol não seja tão forte e que as chuvas não sejam tão inconstantes.
Trabalho para eles tem uma definição bastante clara,
é dar duro mesmo na lida diária com a terra.
É acordar muito cedo e garrar na enxada,
na sela de um cavalo amigo
ou mesmo manobrar com firmeza o volante duro do trator,
enfrentando a terra para torná-la produtiva.
Sem cartão de ponto, o trabalho só acaba mesmo quando termina o serviço,
porque a natureza ao contrário dos homens não pode esperar.
Convivendo tão permanentemente com a terra,
empregam amor e fé em seus esforços,
para que eles gerem os alimentos que vão servir a mesa de todos nós.
E quando chega a colheita, com a terra devolvendo com amor
todo carinho que recebeu,
a vida dessa gente se enche de alegria,
porque mais uma vez eles conseguiram vencer
o desafio de saciar a nossa fome!