Hoje me bateu uma imensa felicidade de ser eu mesmo. Até beijei espelho. De repente to apaixonado por mim. Porque não? _ Do que reclamar Thiago, a vida é uma explosão constante! - diria alguém. _E a minha é uma bomba atómica ! - diria eu. Às vezes assusta quem de fora vê. Tenho orgulho da cabeça que tenho, mesmo sendo levemente grande que é raro encontrar boné que caiba. Depois que descobri a literatura tudo mudou. Eu, que até os 19 anos de idade só tinha lido livros colegiais. Ah, que perda de tempo. Mesmo achando Primo Basílio um clássico. Hoje me meto a besta em ler filosofia, e me pergunto, onde tó com a cabeça? Talvez sempre esteve no lugar apropriado pra quem de fora vê. Esses livros são como pólvoras em minha fértil cabeça vulcànica. Tento fazer as pessoas apaixonar-se por livros num mundo em que a comunicação instantànea poda gradativamente a capacidade de raciocínio. Ou você voa, ou encosta e espera. To voando, e cada vóo meu vira textos meus. E antes não gostava que as pessoas me lessem, por medo estúpido da recusa. Hoje não tó nem aí. Tento provocar quem lê, talvez consiga, talvez não. Quem lê? As pessoas que convivem comigo sabe da minha luta, talvez inocente, em contaminar todos a minha volta provocando constantemente com minhas faíscas, a pólvora interna de cada um. Uma hora explode, e é exatamente isso que eu quero.
> Informação é a arma diferencial num mundo que quase te obrigam a maquinação tipo start de manhã, off à noite e uns deletes pela tarde porque ninguém é de ferro. É bem mais fácil acomodar-se nesse estereotipo consumível que a TV vende como uma padronização quase irresistível. Faça isso, não faça aquilo, nos vendo como um pedaço de argila maluca em que uma mão invisível nos reproduz como "certo e o errado". Pra ser diferente não precisa de cabelo azul e tatuagens no corpo. Isso também não deixa de ser uma padronização tipo comestível. Diferencial é ter informação. Texto de utilidade pública. Coisa rara, pelo menos vindo de minhas mãos.
> Li quase todos Bukowski traduzidos. Só me falta Factótum. Uma pá de livros de arte e arquitetura. Poesia, não leio mais, mas já li demais. Shopenhauer, Hobsbawm, Nietzsche, Jabor, Argan, Keoruac, Zola, e por aí vai. Um dia chego lá. Quem me garante que não? Metas são tudo quando não viram obsessões. Mas se virar que não te mate a decepção. Tudo isso pra quê? Pra alimentar a incessante vontade de fazer, de agir, de refazer, de reagir, porque te jogam na cara Caras e sangue de jornais, então o fazer, a ação, o refazer e a reação se tornam inerentes a quem se dispõe á remar contra a maré. Há de haver sempre uma saída. E as portas são os livros que muitas vezes te jogam num labirinto maravilhoso de indagações que se houver persistência se transformam em perguntas, que de fato são muito mais interessantes que respostas, porque respostas vazias já temos demais pra todas perguntas profundas e superficiais. Formule as tuas. As minhas estão sendo formuladas desde quando descobri que verdades absolutas, mesmo as mais absurdas são vendidas gratuitamente nas igrejas; todas, e na televisão como saída rápida e mentirosa. Prefiro, sempre preferi e eternamente preferirei outras saídas que não essas.
> São nada mais que verdades insossas, mas pelo sucesso deve ter quem as saboreie. Se for o seu caso, bom apetite, mas cuidado com o espinho; porque quase sempre mata sufocado.
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> T.S.H.