Outro dia comentei sobre a questão dos copos na
pia e mencionei apenas de passagem a questão das
garrafas d água na geladeira. Hoje volto ao tema
por ser da maior importància.
Ocorre que em toda geladeira sempre há uma ou
duas garrafas d água. É um requisito básico da
vida moderna e mesmo nas geladeiras de novela ela
está presente. Falando em vida moderna, lembrei-
me que em minha casa quando criança, não se bebia
água gelada para não ter dor de garganta. Perdoem
minha velha mãezinha. Querendo preservar a prole,
não se deu conta que as gargantas e geladeiras
evoluíram muito de sua época para a minha. Ou
talvez a geladeira dela não fosse tão moderna. De
lá para cá a evolução foi maior ainda. Evoluímos
muito mesmo, a ponto de já ser possível misturar
leite com melancia, melancia com uva, comer bolo
quente e tomar água gelada após o café. As
mulheres já podem até mesmo tomar banho quando
estão menstruadas. Com esta evolução toda, fico
imaginando o que será possível nos próximos vinte
anos, já em um novo milênio. O céu é o limite,
mas imagino que para satisfação dos europeus de
qualquer idade e adolescentes de qualquer lugar,
haverão inúmeras facilidades para o banho, só
para citar um exemplo. Na Califórnia, onde o
problema da água é grande, a partir de 2005 só
permitirão o nascimento de bebês autolimpantes.
Quem não se enquadrar terá que nascer no México.
Mas a questão central é a garrafa d água. Todos
sabem como ela é esvaziada, mas a maioria
desconhece a forma como é reposta a água. Alguns
chegam a pensar que brota água espontaneamente
dentro das garrafas, o que explica deixarem a
garrafa vazia dentro da geladeira. Cada um, com
seus próprios recursos vai até a geladeira e
serve-se de água. Após encher o seu copo, devolve
a garrafa, mesmo que já esteja vazia. O próximo,
vai e serve-se também. Quando alguém nota que uma
certa garrafa está vazia, serve-se da outra.
Aliás, é por isto que geralmente há mais de uma.
A questão crucial é portanto, saber quem enche as
garrafas. Durante o dia pode-se creditar o fato
à s laboriosas secretárias do lar. Mas à noite,
hoje em dia a maioria já não está disponível,
fazendo plantão. A primeira idéia que vem é de
que seria a mãe. Mas se as geladeiras e as
gargantas melhoraram muito, as mães estão cada
dia mais arredias e resistem a estas obrigações.
Não que não façam, pois mãe nenhuma deixará a
prole sem água. Mas reclamam muito, dizem que tem
outros afazeres, que não são carros pipa. Algumas
estão até dizendo que água gelada faz mal para a
garganta (será que minha mãe estava a frente dos
tempos?).
Eu devo reconhecer o óbvio: mãe é mãe e, tirando
esta conversa de garganta, tem que ser ouvida.
Sendo assim, enquanto não se difundem os novos
modelos de geladeira com garrafa d água acoplada,
precisamos estabelecer algumas regras básicas de
convívio entre todos em casa, a geladeira e a
garrafa. A proposta é simples e óbvia. Com ela,
poderemos sempre contar com água gelada e a paz
voltará aos lares do mundo inteiro. Melhor que
ela só se for realmente adotada:
