Foi apenas um vulto, eu sei, e vulto não pesa. Mas, como repercutiu na minha vida, como provocou mudanças no percurso que traçara, como pesou!
Foi apenas uma sombra, fugidia, silenciosa, e sombra não pesa. Mas, os efeitos daquela visão, há tanto tempo, ainda hoje repercutem no meu trabalho, naquilo que eu sou, no que me tornei depois de tantos anos deicidindo sobre as questões que me vêm para resolver.
A verdade é que a família inteira(e eu emabalado pelos prognósticos), sonhava em ser médico. Era o desejo maior do meu pai. Era a vontade de minha avó, que queria ser atendida, nas crises de asma, pelo neto doutor.
Mas, algo ocorreu naquela antemanhã de outubro, em Fortaleza, quando eu acabara de despertar do sono reparador da noite, que transmudou repentinamente o curso do meu destino. Eu não seria o médico desejado pelo meu pai e sonhado por mim mesmo, mas seria o magistrado fadado a debulhar casos e mais casos de seres acometidos pelos espasmos violentos do desespero.
Ao invés da cura das doenças, a solução dos dissídios. Não me arrependo um só instante, apenas lembro o fato agora já com um certo quê de saudade, de nostalgia. Mas, sigo em frente neste fadário, decidindo, resolvendo, concluindo...