O índio caminhava cabisbaixo pela W-3. Olhos no chão, livro na mão, cocar de penas, roupas normais, relógio Seiko no pulso. Era um passante a mais no borborinho da avenida. Ninguém olhava para ele, pois ia todo mundo muito apressado para notar o indígena desgarrado da tribo, caminhando no meio da multidão no coração da capital.
Onde irá ele? Qual o motivo da sua tristeza? Que livro estará lendo?
Símbolo de um mundo desmoronado pelo branco, ele passa invisível qual um fantasma. Será que eu sou o único a nota-lo?
POr que me preocupo assim com os passos vacilantes do selvagem aculturado?
E, de repente, ele sumiu dos meus olhos, mas ficou preso na minha memória.