Quer discutir política mas não sabe o que fala confundindo Pinochet com Che Guevara. Tenta dominar a situação com cara de indignado quando falo. Olha de lado e ri um riso sarcástico e diz que comigo não discute política porque não estou apto. Comunista não por ideologia, mas porque acha bonito, nem sabe o que é, mas é. Tentei provocar uma discussão perguntando por que achava o comunismo ideal pro Brasil? Fugiu da resposta falando bosta, única saída pra quem nada sabe. Diz que vai pregar pósteres do Che pela sala, onde deveria pendurar pósteres de mulher pelada. E estufa o peito dizendo-se comunista como se ser comunista necessitasse de peito estufado. Acha-nos idiotas a ponto de negar presentear-nos com sua ideologia chinfrim tirada de um panfletário pseudo-cult. Barba na cara e cabelo desarrumado pra se enquadrar num estereotipo de revolucionário tupiniquim, mas usa nike e se delicia com Big Macs, mas enquanto come resmunga palavras débeis que saem de sua consciência pesada e torpe.
Dá-me preguiça essas pessoas, achando-se acima de todos por ser um jovem comunista; de araque. Diz que o ideal seria aniquilar as favelas, mas pra quê? Pra se construir condomínios de luxo? Não, diz ele, mas não explica como e muito menos por que. De sua boca só saía palavras insossas e impregnadas de ideologia caduca que deve fazer sucesso entre os idiotas. Desculpe, não sou burro o suficiente pra baixar a orelha pra frases feitas e de efeito roubadas de livros que impressionam somente pelo efeito e nunca pela praticidade. O conteúdo de suas frases é inócuo e vazio, perfeito pra universitários neo-hippies que gritam, mas nada falam em rodas extremamente chatas e cansativas. E quando indagado perde o olhar no vazio fingindo intelectualidade e introspecção, mas que a mim não engana, está somente ganhando tempo pra formular mais uma merda homérica e blá blá blá comunista que atrai universitários jovens riquinhos, mas descolados que vomitam sobre nós indecentemente uma ideologia parda, sem cor.
Deve fazer sucesso entre as menininhas estúpidas que nada tem na cabeça, achando o jovem comunista um idealista por nada entender potencializando suas merdas num fedor desagradável que impregna o ambiente. Pra cima de mim não, mané! Revolução; também quero! Mas não espero, faço do meu jeito, não com frases feitas de caderninhos resmungões, mas com as minhas próprias frases resmungonas. Pode ser uma grande merda também, mas não a vendo como salvação a preços baratos como bugiganga de baciada a 1,99; no máximo. Cansei desse cara, que tentava desesperadamente se impor com besteirinhas inocentes. Desculpe ler também tanto livrinhos idiotas quanto livrinhos nem tanto assim. Frases feitas não surtem efeito sobre as minhas próprias.
Depois de varias cervejas, o discurso cai na mesmice que é característica de falta de conteúdo. Não sustenta uma conversa de 15 minutos porque seu estoque de obviedades começa a transparecer aos olhos, e a merda começa a feder. O que fazer? Desqualificar os ouvintes porque não há mais saída, não há mais pra onde correr, porque seu repertorio de asneiras começa a findar e tudo lhe foge a mão. E ainda por cima ele tentou flertar com a minha garota a noite inteira. Que porra, além do cara me achar estúpido demais pra discutir política deve achar que sou corno também. Sendo assim, começou a chamar todos de superficiais e que todo mundo está por fora. Por fora? Graças a Deus, é melhor estar por fora que por dentro de tanta merda.
Certa hora se indignou por não ter conseguido falar nada mais que blá blá blás e retórica maniqueísta barata de bem e mal extremamente ingênua e se foi batendo o pé no chão forte e cara amarrada. Ah, e antes que eu me esqueça: _Adios filhote de Che, vá cagar no mato!