Eu olhava para o firmamento distraído, pensando muito longe, na minha cidade, na minha mulher que acabara de falar comigo ao telefone, quando vi riscar o escuro da noite o traço luminoso de uma estrela cadente. Fiquei maravilhado, contemplativo, refletindo sobre como determinadas pessoas repetem em suas vidas o itinerário descendente dos astros caídos. Brilham intensamente por um momento, consomem toda a sua luz e, de repente, despencam abóboda celeste abaixo, atraídas pela irresistível força da gravidade.
As pessoas, pensando bem, são reproduções infinitesimalmente pequenas dos astros do universo: umas são estrelas, outras são cometas, algumas são planetas e, naturalmente, existem aquelas que são satélites.
Você, o que será?