A tristeza de um dia, um tanto frio, espalha-se no ar. Ninguém passa, somente se ouve o barulhinho, sequente e alucinante, da chuva que cai.
Mas é tão mansa...
Quem dera, no coração dos homens inundasse, assim, o amor, como essa água fina, que cai do céu, dá vida à s plantas, que com alegria vicejam, ao suave frescor desta chuvinha leve.
Pelo caminho, passam crianças, fogosas e saltitantes. E na pureza dos corações, gostam da chuva, estiram as mãozinhas para sentir o contato molhado. E, em cada gesto, a alegria, o encantamento se faz sentir...
Quisera, Senhor, que um sentimento , assim tão perfeito, como o desses meninos, suavizasse um pouco a vida de egoísmo, que se percebe no interior do homem.
Mas, não... Este, passa, irritado com o dia e briga com o guarda-chuva preto que o atrapalha. Sacode a roupa molhada, num gesto contrafeito, de impaciência. Nem percebe ele que, ao seu redor, por causa da chuva, tudo é vida e o verde é mais...
Nesse impasse, natureza e homem, num reverso sentir, seguem seu rumo.
E a leve chuva, alheia, vai cumprindo sua grata missão.
Eu, neste momento, sinto uma paz, quase divinal. E, imbuída de uma felicidade, um tanto infantil, contemplo o firmamento, agora em prece... E ao Pai agradeço a felicidade de viver e ter a chance de observar, mais um dia de chuva...
Milene
Agora estou com sono.
Vou dormir ouvindo esta "chuva primaveril"
que bate suavemente no telhado...
Beijos, a você que me leu...
Boa-noite!