Usina de Letras
Usina de Letras
21 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63225 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10679)
Erótico (13592)
Frases (51745)
Humor (20177)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4946)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141307)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Eu era um marxista... -- 12/12/2005 - 06:34 (Edson Marques) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu era um marxista empedernido. Queria salvar a classe operária, mal sabendo que classe que não tem classe não se salva. Eu li o Livro Vermelho. Li "O Capital" inteiro e escrevi uma tese sobre Lênin. Tive que apoiar até mesmo o realismo socialista que chegava de Moscou. Virei comunista, fui preso pela ditadura militar, sofri um bocado. E, como todo bom comunista, achava Freud dispensável, e considerava a psicanálise apenas uma "técnica de manipulação pequeno-burguesa". Mas eis que o Acaso na esquina da vida em forma de vaso caiu-me por sobre. E o meu grande amigo Gaiarsa me virou a cabeça. Apaixonei-me por ele e pelas coisas que dizia. Coisas óbvias, mas que eu nem percebia. Mudei. Conheci Moreno e Reich. Deitei-me com Jung e Cioran. E depois fui jogado nos braços de Osho ao lado de uma cachoeira escandalosa em São Francisco. Desabei-me sobre mim num balaio de flores e estrelas. Vi ruírem todas as minhas estruturas intelectuais. Vi que a seriedade era risível. Agarrei-me no Livro Orange. Destruí as minhas convicções. Rasguei minhas gravatas, desfiz os meus laços, descasei-me em baciada. Aquilo que sempre desprezei passou a ser fundamental, de uma hora para outra. Nietzsche, de quem eu mantinha enorme distància política, passou a ser meu sócio nas loucuras mais gostosas. Comecei a dançar a vida com Roger Garaudy. Tirei a máscara e mostrei meu rosto. Existenciei-me. Transei com Sartre, e beijei Henry Miller na boca. Meu Deus! Acordei para sempre. E o próprio tempo passou a ser meu. Enfim, assumi o comando do meu destino.

E agora estou aqui, te olhando nos olhos e pensando bobagem. Pensando em te convidar para saltar comigo. Para saltar profundo como eu saltei.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui