A partir da oportunidade que os fuzis roubados abriram, a continuidade do necessário federal intervir das forças armadas, de forma metódica e progressiva, deve aproveitar-se do natural poder autoritário das organizações brasileiras, perceptível em qualquer instància ou nível hierárquico de qualquer uma delas.
No fundo, no fundo, o que cada dirigente brasileiro quer, e gosta, seja ele público ou privado, banqueiro, empresário ou capitão de indústria, ou coronel de fazenda, é de estar imerso em ambiente totalitário, próprio da nossa cultura, consagrador da força, protetor da economia interna, amordaçador dos sindicatos fajutos, redutor de prejuízos por assaltos, sem extorsão "legislativa".
Não demora muito, um poderoso desses, mais malandro que os malandros dos fuzis, obrigará um desses recém-não cassados a estapear alguns meganhas. E, então, teremos urutu apontado pras coisas que o Niemayer criou.
De quebra, enquanto perdura o regime totalitário, o povo ganha segurança nas ruas, liberta-se do medo de ir e de não vir; os adolescentes alcançam a maioridade sem conhecer maconha e drogas em geral; surgem novos craques em todas as modalidades esportivas, muito melhor preparados fisica, moral e intelectualmente; as férias escolares recuperam sua regularidade e as escolas atingem maiores índices de assiduidade.
Das entrelinhas de tudo isso que almejamos, nada leremos, nada ouviremos, nada veremos; tudo se passará na calada da madrugada, dentro do nosso limite de milhas submarinas. Não precisaremos aproveitar a experiência naval da Petrobrás para construção de presídios em alto mar, sem carcereiros e sem diretores, vigiados pela Marinha. Os tubarões brancos farão o serviço.
O que mais resta à parte mentalmente sã deste povo aspirar, senão a volta de nossos garbosos generais, brigadeiros e almirantes ao Poder Central?
Publico isso nesta categoria deste site porque o mal de que sofre a sociedade brasileira é crónico, não porque o texto seja o de uma atípica crónica.
Com os cumprimentos do Tim,
crente em plenário soberano,
filho de soldado espancado e
servo de presidiário que comanda choque de gestão em repartição pública.