Não sei porquê, mas Bia já se afeiçoou à minha càmera digital... No quintal, só consigo pegá-la aos pulos ou em diálogo com as plantas, que é onde mais me agrada, pela espontaneidade quase infantil.
Bem... Que eu amo minha pastora e que adoro fotografá-la já é mais do que notório... O que me trouxe aqui, porém, foi uma atitude inédita de minha filhota.
Ela é obediente, mas um pouquinho rebelde, assim como eu. Deve ser a convivência, obviamente.
O fato em questão foi que a namorada do Leo, meu filhote, tem certo trauma de cães. Por essa razão, peço à Bia que fique longe dela, para não assustá-la.
Noto muito bem que ela, a cachorra, estranha essa atitude, pois, embora assuste pelo tamanho, é mansa e nunca atacou ninguém.
Pois bem...
Estávamos, eu e o Lu, na sala assistindo à novela das oito que sempre começa à s nove, quando, repentinamente, Bia saiu, sorrateira, em direção ao quarto do Leo.
Dei-lhe um grito e disse:
- Bia! Não saia daqui. Volte imediatamente!
Diante da ordem, ela ainda teimou em deslocar-se. E eu repeti firme:
- voltaaaaa!
Foi aí que o inusitado aconteceu.
Como se estivesse envergonhada pelo grito, a menininha, em vez de voltar-se normalmente, veio de ré, certinha, sem perder a direção. E sentou-se a meu lado, com a cara fechada, como se demonstrasse estar decepcionada com meu grito.
Quando Tainá se foi, Bia enfiou-se debaixo da cama e nem olhou mais pra mim. É a primeira vez que escrevo, sem que minha filhotinha esteja aqui, a meus pés, aguardando um simples movimento, para me acompanhar ao quarto.