Chora,Gibran, porque teu Líbano, a eterna Fenícia que ensinou aos homens as artes das letras, do comércio e do acolhimento sofre outra vez os abalos do ressentimento.
Em teu país, Gibran, os cedros estão curvados, e o deus da guerra instalou seu trono em suas colinas; as trincheiras da intolerància se multiplicam e, das cercas que impedem o entendimento, abutres assistem suas dores com lúgubres intenções.
"A Música" silenciou, Gibran, constrangida por morteiros. "As Ninfas do Vale" recolheram-se, pois as "Almas Rebeldes" não desejam a Paz.
Bem sabes que as águias não precisam de escadas, mas a do Oriente está com as "Asas Partidas". "Uma Lágrima e Um Sorriso", talvez se possa vislumbrar entre "As Procissões" em busca de refúgios dos "Temporais" provocados pela insensatez humana. As "Curiosidades e Belezas" do Líbano jazem sob o pó e a fumaça.
"O Profeta" e "O Precursor" têm seus seguidores. Mas também "O Louco" encontra quem endosse seus projetos de fazer de "O Jardim do Profeta" nada mais que "Areia e Espuma".
Gibran: "Os Deuses da Terra" não se entendem, mas "O Errante", o homem de bem, não cessa de pedir a "Jesus o Filho do Homen" pelo fim desses males, e que "A Voz do Mestre" se faça ouvir para que todos vivam em Paz.
Lessem os homens teus livros, Gibran, e seriam amáveis. Meditassem teus poemas e compreenderiam o significado da Sabedoria. Porém, decoraram apenas o "olho por olho", e expressam tal conhecimento na arte de matar. Que fazer, Gibran, senão oferecer-lhes agora tuas lágrimas? Chora, portanto, Gibran, o teu Líbano ferido. Choremos nós a ignorància do mundo.