Os olhos da noite,estrelas, estão voltados para mim. Retribuo, assim meio que de soslaio, digamos, com um olhar numerado, quem sabe, como na canção, um olhar quarenta e três.
Os olhos do mar, luzes de embarcações notívagas, olham para os olhos da terra, o farol, trocando fachos de luz, mensagens indecifráveis, rumores de naufrágios ou de atracações em portos seguros.
Os olhos dos enamorados estão enlaçados, harmónicos, sintonizados, trocam juras e sussurros, mostram-se romànticos, enternecidos, magnetizados.
Os olhos das mães que perderam seus filhos nas guerras estultas que os homens inventam, procuram no horizonte, inutilmente, uma esperança que a morte cruel não pode lhes dar.
Olhos, mil olhos espreitam a noite e dela recebem as sombras enigmáticas, os silêncios, as ciladas, os gatos pardos que saem à caça sorrateiros, misteriosos...o lado negro das coisas, a vida encoberta em véus, o escuro lado da vida, o breu, as sombras, o medo...