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Cronicas-->MANIAS -- 14/09/2006 - 21:35 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MANIAS

José Eurípedes de Oliveira Ramos

Não me refiro às manias que, de tanto se repetirem, transformam-se em desarranjos mais sérios e levam a doenças. Refiro-me àquelas menos importantes, desenvolvidas no processo de adaptação a um ambiente e que se extinguem naturalmente à simples mudança da situação que as provocam, não se transformando em rituais. Manias pequenas, sem as severas características daquelas que determinam de forma rígida o comportamento em todas as situações. Penso nas pequenas manias que permitem suavizar ou fortalecer o emocional para as asperezas do dia a dia.

Menino ainda, datilógrafo-copista de cartório, trabalhei com colegas que tinham manias (tics, rituais?) interessantes. O "regulado" somente iniciava o trabalho depois de limpar cuidadosamente a mesa com um pano embebido em álcool e ajeitasse meticulosa, esteticamente e simetricamente os papéis e objetos de trabalho em rigorosa precisão. O "ventilador" fazia gestos incompreensíveis enquanto datilografava; profundamente concentrado, de tantos em tantos minutos, sem que se desse conta, levava a mão direita ao rosto e alisava a face; em seguida, batia duas palmas, entrelaçava os dedos e os destroncava; erguia os braços acima da cabeça, alongando-os; desfazia o entrelaçado dos dedos e se abanava com a mão direita, espantando invisíveis insetos voadores. O "motocicleta", enquanto datilografava, limpava a garganta de um imaginário pigarro, quando arrefecia o seu ritmo de digitação, mudando o raspado para um rosnado impaciente que ia acelerando como motocicleta engasgada, até que a digitação readquirisse a velocidade de cruzeiro. O "baticum" batia os pés, descompassada e exasperadamente quando errava, em sapateado descompassado. O "pé de chumbo" conseguia ensurdecer a todos com suas pisadas contundentes. O "helicóptero" girava as mãos como uma hélice, quando falava. E o "trancinha", nervoso, enrolava os cabelos com o dedo indicador, quando precisava pensar (talvez, para dar corda no cérebro).

Minha mania? Ora!... deixa pra lá...
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