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Cronicas-->NORMALISTAS -- 18/09/2006 - 21:42 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

NORMALISTAS

José Eurípedes de Oliveira Ramos

Por volta dos meus quinze anos, punha-me à porta do Cartório do Juca Vilhena (onde trabalhava) a observar a passagem das normalistas que subiam a rua Major Claudiano rumo ao então Instituto de Educação Torquato Caleiro. Blusa e meias brancas, saia azul, sapatos pretos, desfilavam com passos apressados, carregando livros e cadernos sob o braço ou apertados ao seio. Solitárias ou aos pares, palavreando entre si, mal olhavam para os lados, timidamente correspondendo aos cumprimentos de uma ou outra pessoa.
Passavam ligeiras, o uniforme, embora singelo, no maior alinho; os quadris balançando suaves excitavam meu olhar adolescente; os cabelos sempre arrumados, nas variadas maneiras das mulheres lidarem com eles. Alguns, penteados com delicadas fitas, lembravam o vulgar refrão daqueles dias: "lá vem a menina catita, de laço de fita".
Traziam nos olhos, no corpo e no caminhar não apenas o frescor da juventude, a beleza de quem desperta para a vida e a ela se oferece. Refletiam sonhos, a expectativa de um futuro radioso de amor e felicidade. Eram a imagem da inocência que não conhecia os desencontros, as asperezas e as aflições da vida. A esperança as iluminava. Esse sentimento de consolação e farol sublime na busca da felicidade deixava longe o pensar em desilusões, em combates, em horas duras e tristes, e no peso das dores; e a esperança que alenta o espírito e que aligeira os transes de sofrer. Banhadas por essas certezas, a buscarem o futuro as normalistas eram a imagem mesma de um santuário que reunia as belezas de viver: o santuário da felicidade que está na viagem, na procura, nas flores e nos espinhos do caminho e não num hipotético ponto de chegada.
E hoje, diante de meus olhos pesados de ver e viver, a imagem daquelas meninas permanece viva em minha alma, afagando-a com doce e suave lembrança.


José Eurípedes de Oliveira Ramos
Da Academia Francana de Letras
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