Enquanto dirijo neste fim de tarde, na direção do poente, dou-me conta de que, no ar, no chão, em todos os lugares, a primavera está aqui. No ar, sinto o perfume de flores que pintalgam a copa das árvores, pelo chão, vejo o carmim de muitas pétalas espalhadas junto ao meio-fio, tornando menos escuro o breu do asfalto, em todos os lugares há cores novas modificando o cenário da cidade.
Aí, chego próximo ao cruzeiro e o sol, vaidoso e ciumento, ensaia um reveillon de tons doirados e de púrpura, como se o poente fosse um enorme flamboyant e, nm passe de mágica, lembro o poeta no soneto do flamboyant: um gênio enlouquecido pincelou de oiro e sangue um trecho da floresta...
É primavera, eu sei, eu sinto, eu estou no clima da estação das flores...