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Cronicas-->DE BOAS INTENÇÕES ESTÁ CHEIO O INFERNO? -- 30/10/2006 - 16:46 (Rudolph de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE BOAS INTENÇÕES ESTÁ CHEIO O INFERNO?

É usual o emprego do velho ditado popular que dita que de boas intenções o inferno está cheio quando as pessoas querem se referir a alguém que, pensando em produzir o bem, agiu mal. É certo que muitas vezes quando agimos não temos pleno conhecimento das circunstàncias que cercam nossas ações, às vezes por absoluta impossibilidade, noutras vezes por ignorància, preguiça ou outras causas mais. Porém, se fossemos agir só na certeza de que não se produziria resultado diverso do pretendido não estaríamos ainda morando nas cavernas?
Bem, mas a questão não é bem essa. Acontece que o mencionado ditado de certa forma menospreza a importància das boas intenções. De acordo com ele, o que vai em nossa consciência é indiferente face ao resultado alcançado. Não importa quão bom eu seja, pois se minhas ações produzirem maus resultados minha alma terá morada certa após a minha morte ao lado do coisa ruim. Então, se eu, imbuído das melhores intenções, fizer algo de consequências desastrosas, enquanto que uma criatura maldosa qualquer quiser ardentemente produzir o mesmo resultando nefasto e for mais competente que eu em seu desígnio, iremos acabar ambos abraçados levando chibatadas eternas do rei dos astutos.
Penso que esse ditado tem muito da nossa cultura que louva o jeitinho e a malandragem. Se for me conduzir por ele, simplesmente deixarei de me importar com as consequências dos meus atos, porque, no final, tanto faz. Nesse contexto, o que importaria afinal o resultado de minhas ações sobre os outros? Acontece que há muita diferença entre quem procura agir corretamente e quem simplesmente não se importa com as consequências, mas parece que as pessoas às vezes se esquecem disso. Os primeiros são confiáveis, embora às vezes façam coisas erradas. Quando são muito imprevidentes normalmente produzem muitos resultados ruins, mas, ainda assim, estão orientados para o bem. Diante do resultado indesejado, tenderão a se sentir culpados e a não repetir o erro. Já quem não se importa, ora, simplesmente não se importa! Faz apenas o que lhe é conveniente, não reflete sobre os resultados, a não ser excepcionalmente, e tende a repetir seus atos tantas vezes quanto lhe convier. Já de quem age propositalmente com má intenção, desse nem é preciso falar.
Eu não faço uso do referido ditado simplesmente porque o acho um acinte ao ser humano digno, que só pode ser aquele que tenta agir bem. As boas intenções merecem ser louvadas e não depreciadas. Quando destas sobrevierem resultados nocivos, que se as levem em consideração para avaliar o caráter de quem as produziu. Isso tudo aparentemente é bem óbvio, mas no dia-a-dia parece que não é bem assim. Para muita gente, muito mais gente do que seria desejável numa cultura que respeitasse o ser humano, tanto faz como tanto fez.
Prefiro não me abalar com essa gente e continuar tentando acertar mesmo quando erro e faço isso independentemente de qualquer orientação religiosa. Se no fim o ditado estiver certo e eu for mesmo para o inferno, poderei pelo menos requerer uma suíte com ar-condicionado que garanta uma temperatura agradável não muito superior a cem graus centígrados, banheira de hidromassagem para meus banhos de lava derretida e outras facilidades, talvez o direito a só vinte três horas diárias de tortura.
Se eu deixar de acreditar que as boas intenções valem alguma coisa, creio que eu irei ao inferno antes, melhor dizer, já, aqui neste mundo mesmo, e agora. Então, vou seguir errando, mas tentando fazer certo, e se eu sem querer pisar no pé de alguém, perdão!
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