Hoje, tristemente, relembro os meus mortos, nutrindo por eles, é evidente, aquela saudade pungente que José Américo de Almeida, certa feita, disse que era a única saudade que não conhecia as promessas do tempo.
Nós, ao longo do caminho, vamos todos colecionando cruzes: amigos, avós, tios, parenmtes próximos, mais afastados, enfim, marcos indeléveis que, em certo momento, em nossas vidas,deram exemplos e lições que colhemos e carregamos conosco para onde quer que o destino nos leve.
E os nomes vão desfilando em nossa memória: Ana, Sara, Aderson, João, Adiléia, Iracema, Maria Alice, Humberto, Francisco Alves, Almir, Iris, Luís, Nicanor, Carlota, Branca, Nenzinha,António Sérgio, Assunção, Francisco Neto, Cícero...Vai longe a lista...O sino dobra a finados...os cemitérios estão repletos de viventes levando as flores verdadeiras ou de plástico e a saudade que se ameniza com o lento passar do tempo.
E eu aqui, de longe, lembrando os que citei e outros mais que ficaram pelo caminho, terminada a sua missão neste planeta tão confuso e tão marcado pelo sofrimento, pela incompreensão, pela disputa estulta, pelo medo, pela ambição desmedida, pela inveja, pela traição, pela ingratidão e pelos desmandos...e, apesar de ser bela e supreendente a vida, o certo para todos nós, queiramos ou não, é uma cruz que desce dos nossos ombros e fica marcando na terra o final dos nossos passos.