Usina de Letras
Usina de Letras
87 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62744 )
Cartas ( 21341)
Contos (13287)
Cordel (10462)
Crônicas (22563)
Discursos (3245)
Ensaios - (10531)
Erótico (13585)
Frases (51133)
Humor (20114)
Infantil (5540)
Infanto Juvenil (4863)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141062)
Redação (3339)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6296)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->DESPERDíCIO -- 10/11/2006 - 10:33 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Foi mistério e segredo, e muito mais". Ontem no bar meu coração foi tomado pela paixão que só se mostra em certos momentos displicentes. Aquela menina não andava, bailava, pra lá e pra cá plena, sem culpa, medo, sem nada, apenas totalmente iluminada. Movimentos precisos, sorrisos exatos, gestual dos anjos, inserção intensa no tempo presente. Cada gole, um novo amor, sempre, somente meu. O que tem as mulheres, como ela, que nos hipnotizam, nos desarmam, nos amortece o coração e a alma? Parecia levar na pele a frescura do orvalho de todas as manhãs. Parecia carregar no sorriso todos os sorrisos de criança, mas extremamente sensual. Parecia resplender em seu corpo a energia de mil sois. Era o centro de meu sistema planetário. Ela que sem querer sabia o que queria. Eu sentia, apenas. De longe a via e de longe a amava; já! Despretensiosa, já um pouco descabelada pelo excesso de catuaba, ou hi-fi, ou alguma bebida que mulher bebe, intensamente linda. E eu trabalhando na minha cerveja, já também meio embriagado. Acho que quando embriagado nos apaixonamos mais vezes. E ela lá, dominando todos meus sentidos, meus olhares, meus instintos, infestando de pureza todos os ares. Tomando algo no balcão, sem se importar com a condição, em pé percebia-se seu corpo moldado por mãos precisas, e minha mão perfeita feito luvas para elas. E eu sonhava.
Ia ao banheiro e voltava sorrindo, contando algo acontecido no caminho, e eu só percebendo sua delicadeza sublime, sua intensidade que não ofusca ninguém, apenas soma, multiplicando-se. E eu sozinho na mesa, escrevendo em guardanapos minhas sensações. O que mais poderia me inspirar naquele momento? Ela por vezes me olhava. Ah, o que deveria pensar? De seus olhos brotavam flores de aço. Em certo momento cochichou com a amiga olhando-me. E sorria delicadamente, enquanto a amiga me analisava de cima a baixo. Nunca saberei suas palavras e nem ela essas minhas. Perdemos inutilmente oportunidades na vida, constantemente. Tive medo, receio, não sei, acho que a mitifiquei, santifiquei demais. O que dizer? Imagina se ela descobre o quão demasiado humano sou; apenas. Calei-me. Resignei-me. Perdi-me em mim mesmo, talvez, irritantemente.
E ela se foi, leve e sensata, doce e terna. Antes de entrar no carro olhou-me e seus lábios despedaçaram-me com um beijo distante. E perdi a chance de ser extremamente feliz no final de tarde de domingo.

T.S.H.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui