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Cronicas-->"Frei Luís de Souza" (O Romantismo em Almeida Garrett) -- 26/11/2006 - 16:18 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130952027017127500
"FREI LUíS DE SOUZA"
E O ROMANTISMO
DE ALMEIDA GARRETT

Madalena de Vilhena esperou por sete longos anos o retorno de D. João de Portugal, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir, na qual havia perecido D. Sebastião, rei de Portugal, em 1578.

Após esse longo período, sem notícias, concluiu que D. João havia mesmo morrido e novamente casou-se, desta vez com Manuel de Souza. Da união do casal nasceu e cresceu a menina Maria de Souza Vilhena.

Aconteceu que D. João não havia morrido, mas permanecido por todo esses anos prisioneiro dos árabes. Ao conseguir, afinal, ser libertado do domínio muçulmano, disfarça-se em romeiro e volta sorrateiramente para Portugal.

Fingindo-se peregrino entra em contato com Madalena, sua esposa, a quem comunica que está vivo o marido, não se identificando para ela. A Telmo, e apenas ao seu mais fiel e antigo serviçal, revela a verdadeira identidade.

Muito católico, praticante da doutrina religiosa da Igreja sediada no Vaticano, o casal, Madalena e Manuel de Souza, ao saber que D. João estava vivo, sabendo-se em pecado, resolve castigar-se, dedicando suas vidas à clausura. Ela, ingressa num convento, ele, num mosteiro.

A filha Maria, inconformada com a decisão dos pais, adquire uma hipertermia, e, após longo período de convalescença, devido à excessiva elevação da temperatura do corpo, falece. Ela morre febril na cena final da peça de Almeida Garrett, assim como a Hermengarda de Eurico, o Presbítero, do autor também do romantismo português, Alexandre Herculano, enlouquece ao saber-se impossibilitada de realizar sua paixão por Eurico.

A volta do marido, após tanto tempo de ausência, cria o princípio de desordem no mundo articulado na instituição do matrimónio, então vivenciado pelo casal Manuel de Souza e Madalena. Quando o marido que supostamente havia morrido na guerra, volta, traz com ele a ruína dos princípios pelos quais o casal havia construído a união familiar.

Uma vez que todos aqueles princípios haviam desmoronado, e a culpa instalou-se na vida do casal, não havia outra saída, para eles, senão penitenciarem-se, indo, cada qual, viver uma vida monacal, sem contato com as possibilidades de desagregação dos valores do mundo leigo, exterior às paredes dos monastérios nos quais se refugiaram.


O AUTOR

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett, nasceu na Cidade do Porto em 1799, e morreu na mesma localidade em 1864. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, e teve importante atividade política enquanto diplomata, ministro, deputado e visconde.

Liberal e antimonarquista, viveu os transtornos promovidos pelas perseguições dos fanáticos partidários da monarquia, e teve de exilar-se, primeiro na Inglaterra, depois, na França.

Almeida Garrett inaugurou o Romantismo em Portugal, ao publicar o poema Camões, em 1825. É considerado um autor de transição. Os subsídios romànticos inovadores em sua obra, conviviam com a herança clássica.

A simplificação e a agilização da linguagem, a exploração do folclore, o nacionalismo, o emprego exacerbado de um lirismo de caráter popular, mediante o uso de redondilhas e do envolvimento sentimental exagerado de suas personagens, são marcas do romantismo.

Quanto à porção clássica de sua obra, destaca-se o rigor formal da poesia. O sentido trágico presente em suas peças, influência dos autores gregos, assim como as referências de caráter mitológico. Elas definem a obra de Almeida Garrett como sendo romàntica, de fundamento clássico.

Na peça mencionada, "Frei Luís de Souza" são claramente perceptíveis alguns elementos característicos da transição da arte clássica para a arte romàntica: ao sentimentalismo e à dramaticidade do estilo romàntico, soma-se a tonalidade trágica da arte clássica.
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