No vóo 3471 da TAM pego a revista de bordo e leio uma entrevista de Elza Soares. Fico impressionado: essa mulherzinha negra e pobre, saída do morro, lata d`água na cabeça, nos dá uma lição de coragem e de vida. É de um força interior invejável, capaz dee sacudir o pó e driblar as vicissitudes, passar por cima das tribulações, da falta de dinheiro e de condições, das tragédias pessoais e, ainda assim, ter forças para cantar, com aquela voz rouca que Deus lhe deu. Ela mesma se denomina de fenix, e é muito acertada a denominação, pois ela renasce das próprias cinzas, quando parece estar acabada e perdida, encontra-se, reúne as forças retiradas das fraquezas e canta e canta, e vive e vive, porque a vida é uma desafio para os fortes, um eterno e mágico combate, que a gente mergulha nele de ponta cabeça, nutrindo-se desses episódios ricos do cotidiano: "ninguém é tão pobre que não possa dar nem tão rico que nãop possa receber".