Usina de Letras
Usina de Letras
76 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62823 )
Cartas ( 21344)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22569)
Discursos (3245)
Ensaios - (10542)
Erótico (13586)
Frases (51217)
Humor (20118)
Infantil (5545)
Infanto Juvenil (4875)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141100)
Redação (3342)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2440)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6301)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Contos Virginais -- 02/01/2007 - 00:29 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olhei no olho dela, ela pedia algo que eu tinha, de sobra. Ela fedia a rum, a malvada bebida cubana que deve ser por causa dela que Fidel está no Alto Posto até hoje, se bem que meio que beirando a morte, meio que um urubú capitalista (ianque dos infernos) está de soslaio olhando o flanco dele, pronto a morder sua bunda ao menor movimento indeciso dele e de toda a corte que o cerca. Como ela cheirava a rum. Cheirava forte, e o aroma que subia dela era de rum, de perfume barato e de almiscar. Este último era o que me excitava nela. Sempre.
--Quando é que você vem à minha casa?
--Você é que sabe, morena.
Balançava os quadris de um jeito especial, aquele olhar açucarado que me deixava tonto, ela preparava o bote e eu? Sobrava o quê? Nada, nada mais. Só mesmo aquilo que eu tinha de sobra.
--Quer mais bebida?
--Ah, já não sei se devo.
--Morena, você sabe sim.
--Mais uma. Mais uma sim.
Tinha uma pinta no rosto. Uma pinta carnuda, bem ao lado do lábio, bem gostosa de beijar. Carnuda como seus seios pontudos, tão tenros que tinham sabor de carne crua.
--Se essa rua...se essa rua...
--Pare com essa merda de música. Vamos farrear.
Eu não tinha aonde ir naquela hora, mas ela sempre arranjava uma boquinha, um lugar fumacento, um antro empedernido onde mostrava seus dotes de dançarina antes de eu mostrar meus dotes de vingador sarraceno. Ah que delícia de morena. Seu perfume de almíscar, o odor de rum de sua pinta carnuda, seus quadris voluptuosos, tudo nela me enlouquecia. O pior é que adormecia como uma pedra, nem estourando uma bomba ela acordava.A moça se esbaldava e depois virava pedra. Nem olhava as cidades malditas, nem virava estátua de sal. Virava pedra mesmo, como vítima de Medusa. Eu levantava, tomava banho, escarrava alto, ligava o radiozinho barato do quarto nos comentários da rádio de futebol e ela, nada, mineral, pedra pome, caída, desmontada. Também: Rum, mais rum, mais bebida, minhas coreografias e mais uma noite de trabalho...Dá nisso.
--Se essa rua se essa rua...
--Pára com essa porra de música.
--Que horas são?
--Hora de você virar pedra.
--Nossa como você é grosso...
--Obrigado; todas me elogiam.
Dorme a morena malvada, a morena dos seios pontudos e da pinta grossa e sensual. Ela sabe cantar umas modinhas e até samba do Chico. Adora o Chico. Quem não adora o Chico? Mas ela até dá uma de Gal e canta sobre as mulheres da vida. Não, ela nunca foi mulher que se prestasse a isto, ela sempre foi "Garota de Programa". Sei lá, sei que tem uma voz desafinada pra caramba e canta: Se acaso me quiseres, sou daquelas mulheres que só dizem...
--Pára, senão te dou um murro.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 4Exibido 696 vezesFale com o autor