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Cronicas-->Sucuris de 6m para batalhões de choques -- 11/02/2007 - 12:41 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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texto



















Não gosto de revolver; revolver é muito perigoso, e desagradável, em certas situações. Sou pelo desarmamento dos espíritos em primeiro lugar. Mas esta semana inicial de fevereiro, deste ano 2007 do N.S.J.C., foi do barulho e, por isso, tive que revolver, em função do que se passou aqui por perto; tive que usar o revolver, por muitas vezes, para poder concluir esta crónica. Convalescente e, por isso, de tanto ver televisão, revolvi o que pude a respeito do assunto dela: o armamento ambiental sustentado. Para tanto, ocorreu-me associar o que mais se vê nas telinhas da dita cuja. Seja tudo pelo amor ao planeta, à securidade, à "sucuridade".
Todo pelotão de choque deveria ter uma sucuri de seis metros, esfomeada, carregada pelos soldados da linha de frente. A simples aproximação dos soldados com a sucuri já intimidaria qualquer multidão furiosa, principalmente as de campos de futebol, o que dispensaria o uso de granadas de gás lacrimogêneo. Depois de convenientemente solta no teatro de operações, ela imobilizaria um elemento em poucos segundos, e caberia aos soldados impedir que ela completasse sua particular intenção. Não sendo venenosa, as marcas de sua mordida poderiam ser tratadas pelo pessoal da ambulància, a fim de eliminar as possíveis inflamações. Vendo a sucuriesca cena, os demais elementos ficariam pasmados e desistiriam do confronto.
Se o batalhão tivesse cinco pelotões, teríamos seis sucuris, sendo uma de reserva, para o caso de alguma titular morrer em combate. O manejo das sucuris já faz parte do curso de sobrevivência na selva do eficiente soldado. As pedras, as pedreiras, que compõem outras selvas, ele já conhece bem; são as que aumentam a cada dia o índice de gás carbónico, que aquecem o ambiente... Isso fortaleceria os laços de amizade das duplas Cosme e Damião, pois nem São Cosme, nem São Damião gostariam de passar perto delas sozinho.
Uma conveniência a estudar seria a dos soldados portarem, em lugar de granadas de efeito moral, revólveres, espingardas com balas de borracha dura e cassetete, além de socos-ingleses que levam por conta própria, cada qual uma filhote de sucuri, de até um metro de comprimento; é sabido que uma sucuri pode parir mais de cem filhotes de uma vez só.
As despesas de manutenção de um cavalo dariam para sustentar as seis sucuris do batalhão, e ainda poderiam ser compensadas com o leilão de calçados que sobrassem das refeições das mesmas; a carceragem, por consequência, diminuiria consideravelmente, o que poderia ser justificado como fuga. Além do mais, as sucuris comem de seis em seis meses, o que é barato, mas lamentável quando se considera a rotatividade carcerária que ela poderia provocar, se comesse com maior frequência.
Outra grande aplicação deste recurso natural seria em fossos que, construídos com o propósito de diminuir as fugas, contornassem as penitenciárias de segurança máxima. Em cadeias comuns, as sucuris seriam treinadas para identificar os detetives transgressores do regulamento do servidor público.
Com o aquecimento do planeta, precisamos descobrir novos meios de preservar os recursos naturais e desenvolvê-los de maneira sustentável, principalmente nas atividades públicas que demandam alta responsabilidade social, como as de vigilància, segurança e manutenção da ordem.


Com os cumprimentos do Thim,
crente em cassetetes sucurizados,
filho de gibóias domesticadas e
servo do coral Árias Velha.

Veja mais==>>>Elpídio de Toledo








































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