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Cronicas-->Ajudem-me a "ladrar" à tecla! -- 09/03/2007 - 08:29 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Entre aqueles que, usufruindo de privilegiadíssima situação económica e no "presente estado de coisas" têm desde já garantida a sua maravilhosa existência terrena, não há um só que não se apresente condoído sobre a grave carência em que sobrevivem milhares e milhares de concidães seus. Só talvez o senhor Paulo Portas, uma inteligência de se lhe tirar o boné (modelo actual de jogador de passeio) e que não entendeu uma só unha das mãos do inequívoco humanista que foi e é António Guterres, é capaz de mandar "trabalhar um malandro" e ao mesmo tempo recusar-lhe trabalho, algo como colocar uma aranha a levitar e retirar-lhe a parede.

Por esta altura, após "meditar profundamente" até não ter mais miolos para escabulhar, boquiabro-me néscio em face do bíblico miasma da miséria: os socorristas profissionais - e aqueles que o não são têm exíguo espaço na história - são afinal tão-só uma grande cambada de miserabilistas de todas as espécies, incluido aqueles que no espaço de sessenta segundos se lembram do nefasto desiderato e o esquecem durante vinte-e-três-horas-e-cinquenta-nove minutos.

Que está neste preciso momento George Bush a fazer no Brasil, provocando um dispêndio na deslocação que de imediato dava para colocar a população de Timor a viver num paraíso, aclamando Xanana como presidente perpétuo? Ah... Foi dançar o samba e quiçá certificar-se ao vivo se a bunda das brasileiras são de facto monumentos reais.

Leio, na última página do matutino "24 Horas" a "25ª. Hora" do Joaquim Letria (também não se cansa de lutar contra o "homem-invisível"), a sua crónica "Fartura de miséria", da qual só transcrevo um niquinho, ideia que há muito tempo não me sai da cabeça: "Nunca a miséria deu de comer a tanta gente". Heureca, ó Barbas, são mais os que comem à custa dos esfomeados do que os esfomeados que comem algo de jeito, tal como e num extremo àmplo salto, são mais os tóxico-independentes do que os dependentes.

Ora, dado que em face de tão miserável desplante não possuo um mícron-de-dedo que iniciasse a demolição inversa (ou duvidam que eu lhes atirasse sem hesitar com a miséria toda para cima?) apetece-me escrever a objectiva palavrinha com "F", hífen e pronome indefinido. Não, não escrevo. Tenho medo que o Webmaster JN elimine esta "croniqueta-bala-no-ar" por pornografia ortográfica.

Vá... Estejam tranquílos, todos?... Todos não.

António Torre da Guia
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