Tudo é uma questão de buscar conhecer a si próprio e sua vida, se interessar pelos mesmos, pra não cair no fatal erro de se interessar e discutir a vida alheia. E tem gente que perde tanto tempo com isso, talvez por medo de se olhar no espelho e ver refletido ali sua cara horrenda, discutindo os defeitos dos outros numa busca covarde de amenizar ou ocultar os próprios. A maioria das pessoas parecem máquinas ou fantoches (ambos sem vida), circulando por ai automaticamente, fazendo o esperado, o aceito, o previsto por essa sociedade mórbida composta, em grande número, por seres patéticos. Dedo em riste apontado pra narizes alheios, dizendo o que é certo e o que é errado, transformando a todos em apenas uma desfigurada face idêntica. Ser diferente é quase uma ofensa. Aí vem as definições superficiais de pessoinhas que não valem o que cagam, do tipo: maluco, louco, desajustado, triste, insano. Prefiro a contra mão. Temos que abrir nossas corações pras nossas próprias diferenças, e depois disso, da tal compreensão pessoal, aceitar, no mínimo, as diferenças alheias. Somos humanos, passíveis de erros, contradições, reviravoltas, não máquinas programadas para fazer o que se esperam que nós façamos, tentando inutilmente agradar a maioria, conseguindo assim a estúpida aceitação dos que querem controlar-nos a mão de ferro. Controle das ações, pensamentos, palavras, buscando assim uma banal uniformização total.
Sejam vocês mesmos, sem medo, receio do que pensarem, porque esses mesmos que acham que sabem, definitivamente nada sabem de si próprios; e que dirá dos outros.