Todas minhas lágrimas têm peso de chumbo. Lágrimas ácidas, feitas de orvalho e aço. Meus mais puros sentimentos são feitos de esperança, amor, desapego e fracasso. E quando teimo em falar minhas vagas palavras ecoam em descompasso, com sentidos diversos ao realmente dito. Ânsia, paixão fugaz, desespero, solene compaixão. Uma mistura romàntica de brega e punk. Antes auto-destrutivo, hoje, nem tanto, talvez resquícios de amor próprio vivido, sentido, desesperadamente buscado, direcionado por amigos. Sempre buscando ultrapassar a linha tênue e invisível do mínimo. Sem meios termos. Sem meias palavras. Sem meia vida. Ou vai ou racha. Descontrole, na ànsia de algo a mais, mais sublime, irresistivelmente intenso. Errando, sempre na busca incessante do acerto. Acertando, flertando sempre com o erro. Por vezes preço caro a se pagar. Arriscando o tiro, sendo alvo, flecha, muro de pedra. Buscando o topo, trópego. Peito aberto e raso, dilacerado pela realidade, refeito através do amor, fechado inconsciente em tantas e tantas vezes.
Nessa vida, simplesmente tudo vale a pena.