Foi passeando entre as folhagens do parque, deixando meu pensamento divagar sem freios, é que fiz um paralelo da vida e as árvores. Tal e qual.
Nascem frágeis, dependentes das mãos alheias, necessitando do básico para sua sobrevivência. Desenvolvem-se de acordo com o meio em que vivem.
Assim somos nós, os ditos humanos.
A única diferença é o acasalamento. Isso nos distingue das frondosas arvores.
Mas elas têm o seu meio de reprodução, felizmente.
Fico olhando as folhas caírem e se perderem entre o caminho dos passantes. Pisam-nas sem muita observação.
Então, volto ao paralelo, confrontando as folhas com pensamentos, atos nossos, vontades, desejos, preferências. Muitas vezes passam por cima de tudo isso.
Às vezes, nos tornamos a sombra fresca da qual as pessoas fazem uso, abusam até.
E fico feliz por não ter sido ainda alvo de nenhum cachorro... Ou fui?
Damos frutos também. Como as árvores, alguns de ótima procedência, outros, se não apodrecem no pé, passam a vida contaminando os de boa qualidade.
As árvores também morrem.
Nós humanos temos alma. E elas, as plantas, também têm?
Sigo meu trajeto, imaginando-me uma planta. Será que as pessoas dariam maior importància a mim, nessa situação, mais do que acontece agora, quando passam por mim dezenas de caminhantes que não se dignam ao menos a um cumprimento?
E com esse pensamento cheguei ao fim de minha caminhada, não sem antes dar um sorriso para a frondosa árvore da entrada do Parque.