Às vezes, o negro é marginalizado, apesar de existir lei que proíbe o racismo. O estado de consciência de alguns não Ihes permite atentar para o malefício dessa parcialidade.
Não posso nem devo concordar com o que atualmente ocorre. Creio que os homens têm de ser julgados pelo que fazem e não pela cor da
pele.
É preciso mudar. É necessário que o mal seja exterminado e que todos tenham oportunidade de mostrar seu potencial.
Se os pais buscarem incutir o lógico na orientação dos filhos (ao menos enquanto sobre eles possuem domínio), explicando-Ihes
que essa distinção é tola e não leva a nada, certamente estariam contribuindo (e muito) para combater o preconceito racial.
Há tempos, quando passeava na praia com minha filha menor, ela, ao ver um vendedor de sucos, robusto, alegre e disposto na tarefa que empreendia, perguntou-me:
― Papai, por que este homem é preto? Nossa pele é branca, há algo com ele? Disse a ela, com palavras dirigidas a crianças: não, pequena, com ele não acontece coisa alguma; o responsável pela cor é a substància chamada meIanina, mas isso não importa; o que pesa na vida é
o coração que se tem; há homens brancos com alma negra e há negros que interiormente são brancos.
Ditas essas palavras, tive a impressão de que compreendeu perfeitamente o que desejava transmitir. Ficou silenciosa e pensativa por alguns instantes e nunca mais fez restrição à cor das pessoas.
É provável que esse exemplo, disseminado, também, no coração dos jovens, com o suporte dos mais experientes e posto em prática por todos representaria grande auxílio para atacar e combater a discriminação racial.